Título da redação:

"A novidade"

Proposta: O conceito de trabalho escravo em discussão no Brasil

Redação enviada em 17/05/2018

“A novidade veio dar à praia, na qualidade rara de sereia. Metade um busto de uma deusa Maia, metade um grande rabo de baleia”. Essa canção de Gilberto Gil remete a extrema desigualdade social existente no Brasil. Tal situação permite que haja milionários e escravizados sob um mesmo território. Sendo assim, o conceito de escravidão deve ser compreendido para que não se repita erros históricos ou sejam cometidos novos erros em nome do lucro. Há 130 anos foi a assinada no Brasil a lei áurea, sob pressão estrangeira, definindo o fim da escravidão. No entanto, em 1995, o governo brasileiro, também sob pressão estrangeira, admite que ainda apresenta trabalho escravo em seu território. Apenas neste ano iniciou-se o combate oficial a este tipo de atividade. Embora pessoas sob esta condição não sejam compradas, existe uma negação do direito de ir e vir. Uma vez que normalmente esses trabalhadores tem que pagar transporte, alimentação, ferramentas e acabam devendo mais do que recebendo. Consequentemente permanecem presos ao ambiente em que estão e são escravos no século XXI. Em todo prato de comida do brasileiro existe uma pitada de trabalho escravo. Cerca de 73% dos escravizados brasileiros pertencem ao setor agropecuário. Em nome do aumento desenfreado dos lucros esses grandes empresários fazem uso dessa forma ilegal e monstruosa de trabalho. Os representantes no congresso dos empresários agropecuários, chamados de bancada ruralista, tem pressionado o governo para abrandar o conceito de trabalho escravo contido na legislação, restringindo-o e tornando mais difícil sua detecção. Em 2017 o presidente Temer chegou a aprová-lo, mas o STF revogou. Sendo assim, é evidente que a escravidão deve ser entendida tanto com relação a sua conjuntura histórica quanto atual. Logo, é necessária uma articulação dos três poderes para que não se permita alterações na legislação em benefício dos empregadores. Além disso, é preciso que ministério público promova publicidade na televisão e internet a cerca do trabalho escravo, alertando as pessoas das suas características e instruindo-as como fazer a denúncia. Dessa forma, talvez, a desigualdade imortalizada na canção de Gilberto Gil possa perder vitalidade no mundo real.