Título da redação:

A escravidão e seus pseudônimos governamentais

Tema de redação: O conceito de trabalho escravo em discussão no Brasil

Redação enviada em 30/10/2015

Escravidão no Brasil remete-nos ao início de nossa história enquanto no contexto colonizador. Nativos que em suas próprias terras foram engabelados por um sistema exploratório e interesseiro, expostos a condições desumanas de servidão em troca de nenhum ou de algum tipo de retribuição insatisfatória foram os primeiros a experimentarem o nem um pouco doce sabor do processo de escravatura. Quinhentos e quinze anos após e ainda hoje vivemos o que podemos suavizar como “resquícios” de tal herança. Depreciados pela nossa própria espécie e procedência, hoje já tão miscigenada que culturas se exauriram, aprendemos a fina arte portuguesa de Ludibriar. Muitas vezes provenientes de trabalhos braçais em lavouras, extrativismo ou mineração, onde a insalubridade predomina e a miséria faz carreira, são que promessas de condições melhores de vida fazem brilhar os olhos de milhões de famílias brasileiras a migrarem para outros estados ditos em “ascensão”, deixando para trás tudo ou o pouco que lhes restam, levando na mala apenas saudade do que ficou e a esperança do porvir. E é nessa expectativa que essas mesmas milhares de pessoas deparam-se com a realidade decadente e calamitosa desses grandes centros urbanos. Trabalhos em indústrias e fábricas, quando há, pagam verdadeiras mixarias para que seus serviçais dediquem-se quase que em tempo integral a fim de conseguirem manter sobre suas cabeças um teto, pois afinal, pensar em um prato descente de comida pode ser um artigo de luxo. Talvez a iniciativa governamental possa até ter boa intenção quando coloca em pauta a questão do trabalho escravo no país. Contudo, como diz o ditado popular: “De boas intenções o inferno está cheio!”. É preciso agir, e não iludir! Não é preciso estar algemado e sob açoites para estar em uma vida de subsistência. A escravidão pode ser mandatória através de formas mais brandas, com diferentes bandeiras, distintos nomes e trajes. Hoje, ela se autointitula como PT, mas todos sabemos que outrora utilizou outros pseudônimos. É preciso investir em educação, capacitação, saúde, segurança e melhorias de cunho geral. Não adianta mascarar a realidade com benefícios sociais, pois a não ser que o governo seja capaz de criar a “Bolsa Dignidade”, o que ao trabalhador resta é a esmola de um sistema falho e falido. Da escravatura viemos e nela permanecemos. E viva a Lei Áurea!