Como descreveu Castro Alves, a escravidão negreira é um borrão na história, que deve ser apagado. O Brasil utilizou-se muito dessa forma de trabalho, explorando negros sob a ideia de “superioridade branca”. Atualmente, o trabalho análogo à escravidão mostra que a Lei Áurea (1888) não foi suficiente para conter essa exploração. No mundo capitalista há uma busca constante pelo lucro. Aplica-se o conceito de mais valia, termo empregado por Karl Marx para designar a disparidade entre o salário pago e o valor do trabalho do produzido. Com o trabalho análogo à escravidão, a mais valia é quase absoluta, pois o salários são baixos, não há investimento em questões sociais e, muitas vezes, a “dívida” do trabalhador se iguala ao valor salarial. Assim, vivemos em uma sociedade patológica, cega pelo capital. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman afirma que as relações humanas da atualidade são líquidas, ou seja, efêmeras e desprendidas de valor afetivo. Dessa forma, o patrão não vê aquele o qual escraviza como um cidadão digno de respeito, mas sim como uma alavanca econômica. Em zonas urbanas, a situação de imigrantes bolivianos, paraguaios e peruanos merece atenção. O recente crescimento do Brasil atraiu diversas pessoas da América Latina. Esse quadro foi visto como uma oportunidade para as indústrias urbanas, que vem submetendo esses indivíduos a trabalhos análogos a escravidão. Para amenizar o problema da escravidão moderna é preciso mobilização social. As escolas têm papel de divulgação de informação e debates, agindo diretamente na prevenção do problema. O Governo Federal deve, além de punir quem mantém esse tipo de trabalho, prevenir novos casos e dar assistência às pessoas libertadas. A mídia exerce papel de denúncia, divulgando dados, alertando a população e boicotando indústria que se utilizam dessa forma de trabalho .