Ao longo da formação sociocultural de uma criança, existem diversas situações que podem levar à traumas e fobias sociais na fase adulta. Um dos principais antagonistas da vida escolar é o bullying, que deixa cicatrizes profundas tanto na vítima quanto na sociedade. O Brasil infelizmente reproduz episódios que demonstram o quão danoso pode ser o bullying. Casos de homicídios em série promovidos por ex-alunos no ambiente escolar são, infelizmente, mostrados com indesejável frequência nos noticiários. A maioria demonstra uma narrativa semelhante: estudante recluso, era alvo de piadas dos colegas e decide se vingar assassinando crianças em sua antiga escola, e, em seguida, comete suicídio. Fugindo do senso comum, vemos que a própria sociedade tem sua parcela de culpa nesses episódios. No Brasil, o modelo educacional é o prussiano. Curiosamente, é o mesmo modelo utilizado por jesuítas há centenas de anos atrás. Estamos desde o final da Idade Média com a mesma metodologia de ensino. A sociedade, porém, mudou muito em todo esse tempo, e aplicar modelos ultrapassados sem dúvida gera estudantes que não conseguem se encaixar, e acabam excluídos. Um estudante recluso acaba sendo alvo de piadas por colegas que necessitam diminuir o outro para obterem algum prestígio social, o que demonstra que a escola hoje em dia é uma miniatura de sociedade, e que, portanto, necessita de evolução. A sociedade deve, aliada ao poder público, propor novos modelos de escola. Isso seria feito por meio de investimento em pesquisas pedagógicas e psicológicas, que teriam como objetivo analisar o comportamento social das crianças e propor atividades e rotinas que priorizem a socialização e o destaque da individualidade, para que crianças não se sintam tão excluídas e possam aproveitar seu período escolar ao máximo. Dessa forma, nossos jovens crescerão com inteligencia emocional e o bullying será apenas o retrato de um passado.