Historicamente, o dia 7 de abril tornou-se símbolo para o combate ao bullying, cuja data marca o aniversário da Tragédia de Realengo. Apesar do acontecimento, o Brasil ainda tem passado por dificuldades na batalha contra a violência sistemática que, por consequência, causa diversos efeitos no corpo social, seja devido à ineficácia de políticas públicas, seja em razão da situação sociocultural acerca da opressão no país. Em primeiro plano, segundo pesquisas realizadas pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), cerca de 18% dos estudantes brasileiros relataram sofrer abusos com frequência, portanto, à medida que a qualidade de vida é prejudicada, por conta desses abusos, a rotina será dificultada. Nessa perspectiva, fica evidente que as políticas vigentes não conseguem suprir todo o amparo necessário, já que não há desenvolvimento de atividades que assegurem a qualidade de vida de todos. Além das dificuldades, as vítimas de bullying contam com pouco apoio na sociedade. Desse modo, de acordo com o percursor da sociologia, Émile Durkheim, a consciência coletiva define as ações individuais. Ao seguir essa linha de raciocínio, nota-se que o impasse na promoção da empatia encaixa-se na teoria do sociólogo, uma vez que, se um indivíduo conviver em um círculo social que incentive a prática da violência regular, por exemplo, ele tende a adotar rejeição para qualquer pessoa, devido à vivência. Então, o encorajamento ao bullying, dentro de uma comunidade, funciona como fator indispensável dessa cultura, perpetuando o problema. Dessa maneira, com o intuito de valorizar a dignidade humana e criar condições para o seu sucesso, é preciso que o Governo Federal amplifique os investimentos em campanhas de conscientização, por meio de parcerias com a mídia, que auxiliem na garantia ao respeito mútuo, a fim de proporcionar ferramentas fundamentais com a intenção de desconstruir a consciência coletiva em relação ao tema. Logo, será possível continuar a acelerar os processos de superação vividos desde a Tragédia de Realengo.