Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: O combate à exploração sexual infantil

Redação enviada em 16/09/2017

Policarpo Quaresma, protagonista da obra prima do escritor pré-modernista, Lima Barreto, era um nacionalista exacerbado e sonhava em ver mudanças no Brasil. Se vivesse hoje, ele certamente se decepcionaria com a regressão que o aumento dos casos de exploração sexual infantil representa para o país. Nesse sentido, cabe analisar por que esse cenário se constitui como realidade e quais são seus efeitos na sociedade. Em sua tese “Modernidade Líquida”, Zygmund Bauman demonstra como a lógica da liquidez contaminou a vivência em comunidade, de maneira que o individualismo e o desejo por lucratividade tendem a suplantar a coletividade, reduzindo os seres humanos à mercadorias e tendo a exploração sexual infantil como um dos frutos dessas relações líquida. É preciso destacar, ainda, que o maior número de ocorrências desse crime é observado nas camadas menos abastadas da sociedade, nas quais predomina uma desestruturação familiar. Dessa forma, os aliciadores aproveitam-se da ingenuidade e vulnerabilidade dos menores, com promessas de ascensão social, para engana-los. De acordo com denúncias coletadas pelo disque 100, entre os anos de 2015 e 2016, foram registrados 37 mil casos de violência sexual infantil. Como consequência de tal abuso, além de lesões físicas, gravidez e contágio de doenças sexualmente transmissíveis, a criança ainda sofre danos psicológicos irreparáveis. No entanto, é importante ressaltar a insuficiência da pena do crime, que, atrelada à lentidão do andamento dos processos judiciários e à falta de suporte psicológico e emocional da família e da escola, acentuam a gravidade desse cenário. O posicionamento assumido anteriormente demanda duas ações pontuais. A princípio, o Ministério da Educação, em parceria com os governos estaduais, deve oferecer palestras de conscientização sobre o tema, trazendo as famílias para a discussão, além da capacitação de profissionais, a fim de dar suporte psicológico à criança ou jovem. Uma outra ação a ser fomentada pelo Judiciário e Legislativo, é a determinação do endurecimento das penas de reclusão para esses criminosos, assim como a agilização dos processos em tramitação na justiça, de forma a assegurar a impunidade desse crime. Somente assim erá possível reduzir o número de casos no Brasil.