Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O combate à exploração sexual infantil

Redação enviada em 09/09/2017

A escravidão já possuiu muitos critérios. Seja pela renda, pela cor da pele ou por que seus escravos já foram seus inimigos de guerra, o ser humano sempre deu um jeito de usar outras pessoas em seu benefício, indiferentemente se isso às causaria danos. No cenário brasileiro atual, as potenciais vítimas de escravidão são as crianças, através da exploração sexual infantil, que deve ser eminentemente combatida até que o sentimento de empatia esteja, de fato, enraizado na sociedade brasileira. Nas sociedades escravistas da antiguidade ocidental, a distinção era feita pela renda, ou seja, quem possuía bens, obtinha também aqueles que estavam endividados; já no Brasil, até a abolição da escravatura pela princesa Isabel, em 1888, o filtro era prioritariamente racial. Hodiernamente, pessoas más intencionadas também possuem seus critérios para escolher suas vítimas que, através de trabalhos forçados, lhes trarão lucro ou benefício. Nesse contexto, o alvo é mais fácil a medida que é mais jovem, e mais atrativo – levando em consideração finalidades sexuais - quando do sexo feminino. Como confirma o balanço de denúncias colhidas pelo Disque 100, revelando que das cerca de 85% das denúncias em que o sexo da vítima é informado, 67% são meninas e, em mais de um terço dos casos, possuem menos de 11 anos. Conforme pontuou o biólogo Richard Dawkins, a vida resulta da sobrevivência não aleatória de replicadores aleatoriamente mutantes, fazendo referência ao gene, mas também tendo sua escala ampliada para os memes – unidades de informação com capacidade de se multiplicar. Nesse sentido, determinados costumes surgem nas sociedades por acaso, mas apenas a sua difusão garantirá sua permanência a longo prazo. Em outras palavras, a difusão do hábito de exploração ao longo da história da humanidade permitiu o atual cenário brasileiro, em que a cada hora, o Disque 100 recebe, em média, quatro denúncias de exploração sexual infantil. Em vista disso, a família e instituições, como a escola, têm o dever de educar nossos jovens para não só preveni-los contra os delinquentes, como também evitar que os tornem no futuro. Além de o Estado ter de formular leis mais severas para os aliciadores, em vista de garantir as respectivas punições e desencorajar os latentes. Ademais, os governos estaduais e municipais devem, em parceria com as emissoras locais, criar campanhas de “difusão de empatia”, para que criemos novos memes, em que na relação custo e benefício, a vida humana e sua congênita liberdade sejam sempre colocadas em primeiro lugar.