Como contextualiza Aluísio de Azevedo em O Cortiço, a exploração sexual desfruta da extrema pobreza, assim ocorrendo, por regra, afastado da classe média-alta brasileira. Desigualdade e marginalização social são protagonistas de várias mazelas quem englobam o abuso infantil. Nesse sentido, alguns marginalizados têm sobre si o véu da ignorância que naturaliza a exploração ao seu olhar. O conceito de infância é uma construção social recente, visto que, antes do renascimento, crianças eram consideradas mini-adultos sendo empregadas como mão-de-obra e usadas para selar acordos via casamento. Sendo assim, um conceito ainda imaturo, que ainda não atingiu plenamente todas as camadas sociais, o uso de crianças na complementação de renda familiar é comum e incentivada pelos menos favorecidos. Dessa forma, o mercado sexual se mostra como alternativa. Ademais, o projeto Mapear organizado pela ONG ChildHood, cujo a finalidade era localizar pontos propícios desse crime, identificou que estes situam-se em zonas rodoviárias e municípios de baixo IDH(índice de desenvolvimento humano). Portanto, o mais imediato reflexo da concentração de renda no abuso infantil é esse, dado que o aliciamento de infanto-juvenis para a exploração ocorrem, longe da elite, onde há um baixo índice escolar e, consequentemente, um menor viés crítico para com a sociedade previsto na matriz curricular brasileira. Conclusivamente, entende-se que a desnaturalização desta prática através da promoção de um olhar racional há de ser alcançada. Isto posto, intervenções com palestras reflexivas ao tema em locais passíveis desse crime, a exemplo de hotéis e motéis, por ONGs similares à ChildHood, traria tal resultado. Contudo, ações afirmativas governamentais com o intuito de repara as desigualdades, sobre tudo a educacional, com cotas e bolsas no ensino de base, seria mais eficaz ao longo prazo, em virtude da capacidade crítica que matérias como a sociologia desenvolvem nos seres.