Título da redação:

Mais-valia tupiniquim

Tema de redação: O cenário do mercado de trabalho no Brasil

Redação enviada em 26/02/2016

Na sociedade capitalista que influencia a nação brasileira, a posição de trabalhador é focada como produto da busca pelo reconhecimento social e pela sobrevivência econômica. Diante disso, o difícil cenário do mercado de trabalho atual ilustrado pelo desemprego e pelas adversidades de aceitação nesse meio reflete essa realidade. Nessa perspectiva, é válido analisar as implicações decorrentes dos problemas no campo trabalhista nacional em âmbito sociopolítico e individual, seja pela desvalorização interna, seja pela competitividade desmedida. É importante salientar que, as dificuldades enfrentadas para a inserção no mercado de trabalho possuem raízes profundas ligadas a questões educacionais e de classe. Segundo o sociólogo Émile Durkheim, o trabalho é uma atividade que proporciona integração social. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, as disparidades entre os setores trabalhistas rompem essa harmonia, à medida que, o próprio sistema capitalista, dificulta a remuneração justa, conceito intitulado de mais-valia por Karl Marx. Prova disso é a profissão de professor, que pela desvalorização salarial e estrutural não é tão almejada pelos futuros profissionais, o que diminui a competitividade em alguns setores e aumenta em outros, no caso, que oferecem maior estabilidade financeira. Desse modo, vivem-se os efeitos do liberalismo econômico selvagem, em que os modos de agir, de sentir e de trabalhar estão a todo tempo sendo modificados. Convém ressaltar, ainda, que o analfabetismo funcional que advém, em parte, da baixa escolaridade recorrente nesse meio está entre os fatores contribuintes para esse cenário preocupante. Em consequência, o despreparo de alguns trabalhadores que, por vezes, resulta em acidentes é fruto de baixa seletividade e da insuficiência de políticas públicas de inserção nesse âmbito. Além disso, o trabalho escravo é o principal reflexo da pequena instrução e do sistema desleal, visto que os indivíduos que se submetem a esse tipo de exploração, em geral, não encontram alternativas a não ser vender sua força de trabalho por um preço ínfimo, mesmo que em condições precárias. Dessa feita, segundo o filósofo francês, Jean-Paul Sartre, a característica mais fundamental do homem é a consciência. Logo, recai sobre o processo educacional o dever, também, de reverter essa problemática. Entende-se, portanto, que os empecilhos que definem o atual mercado de trabalho brasileiro atingem o ser humano e o coletivo de maneira direta e indireta: através da desigualdade de inserção. Para tanto, a fim de atenuar o problema, o Governo Federal deve, em longo prazo, monitorar os participantes do mercado de trabalho e oferecer-lhes condições ideais, por meio de um cadastro extra do trabalhador, aliado a esfera estadual e municipal. Em adição, é urgente a sinergia entre escolas e famílias, com o intuito de educar os jovens sobre a questão e prepará-los para o mercado de trabalho desde antes do ingresso no ensino superior, por intermédio dos professores residentes em núcleos e fóruns de discussão periódica.