Título da redação:

Aprendendo com Galeano

Tema de redação: O cenário do mercado de trabalho no Brasil

Redação enviada em 08/08/2017

No limiar da hodiernidade vivemos um grande dilema: a precariedade do mercado de trabalho brasileiro. Frente a essa realidade, a mistura do desemprego estrutural e das péssimas condições de trabalho de grande parte dos que estão empregados tem todos os sinais para se tornar um dos maiores obstáculos a serem confrontados pelo Brasil no século atual. Nunca na história do País houve condições técnico-científicas tão favoráveis à construção de um mercado de trabalho sólido. Contudo, o que se observa, é um cenário no qual o desemprego estrutural encontra-se enraizado. Nesse sentido, segundo dados do departamento de estatística da Universidade de São Paulo (USP), se esta situação permanecer, em aproximadamente uma década, um a cada três desempregados no mundo será brasileiro. Dessa forma, não basta desejar ou defender propostas de mudança, pois essas ações por si só não passam de palavras que se perdem na inércia. Em meio a esse contexto de cataclismo, as condições de trabalho do brasileiro permanecem relegada à condição de colateralidade. Nesse viés, tendo como base os princípios da Física Clássica, quando um circuito elétrico se sobrecarrega, a primeira peça a queimar é o fusível. De forma análoga, a lógica da sociedade pós-moderna também está pautada no sacrifício dos mais fracos para sanar os interesses daqueles que detém o poder. Dessa maneira, um país que não valoriza aquele o sustenta, dificilmente alcançará o desenvolvimento. Parafraseando o escritor uruguaio Eduardo Galeano, a primeira condição para mudar uma realidade consiste em conhecê-la. Tomando como norte a máxima do autor, para reverter o cenário do mercado de trabalho no Brasil são necessárias alternativas concretas que tenham como protagonistas a tríade Estado, escola e mídia. O Estado, por seu caráter socializante e abarcativo deverá promover políticas públicas que visem aumentar o número de empregos formais para que o capital possa circular e todos os setores da economia se beneficiarem; a escola, formadora de caráter, deverá preparar o aluno, durante toda sua vida escolar, para que este saia totalmente preparado para ingressar no ensino superior ou para o mercado de trabalho, já com o ensino técnico em sua respectiva área; a mídia, quarto poder, deverá veicular campanhas que engendrem o aluno a aproveitar ao máximo as oportunidades que eles terão. Somente assim, tirando as pedras do meio do caminho, construir-se-á um Brasil economicamente mais desenvolvido.