Nunca houve tamanha concorrência no mercado de trabalho brasileiro como há atualmente. A cada ano encerrado observa-se o crescimento contínuo de um estoque de milhões de empregos que não foram preenchidos, mas o índice de desemprego também não para de crescer. Logo, surge o seguinte questionamento: por que o mercado de trabalho não absorve esses trabalhadores ociosos? Primeiramente, deve-se atentar para as exigências do mercado. Em torno de 80% das vagas que estão disponíveis necessitam de nível médio ou superior incompleto, sendo este um fator determinante nas primeiras fases de contratação. Consequentemente, poucas pessoas chegam, de fato, as últimas etapas dos processos seletivos. Além disso, o trabalhador enfrenta muitas dificuldades para se qualificar. O ensino público é muito concorrido e seletivo e o ensino privado possui um custo elevado e fora dos padrões da renda nacional. Esses fatores acabam guiando o profissional para um mercado que possui baixa empregabilidade e baixa perspectiva de crescimento. É notável, portanto, uma árdua realidade a qual a maioria dos trabalhadores brasileiros é obrigada a se sujeitar. Programas de qualificação profissional como o Pronatec devem continuar a ser amplamente divulgados, mas bolsas de fomento ao estudo de nível médio e superior precisam ser disponibilizadas, bem como incentivos fiscais para as empresas que investirem na qualificação de seus funcionários. Só assim o governo brasileiro vai conseguir equilibrar essa balança do desemprego versus a qualificação profissional.