No Brasil, o debate sobre o tráfico de animais silvestres representa uma questão que envolve interesses diversos. Enquanto muitos lucram com essa atividade ilegal, existem grupos engajados na defesa dos animais que a repudiam e objetivam a preservação do meio natural. Nesse contexto, é primordial que a sociedade e o Estado se mobilizem, com o intuito de erradicar esse crime ambiental que tanto contribui para a redução da diversidade biológica. A interferência na harmonia dos ecossistemas é o principal motivo dessa discussão, uma vez que afeta todo um contexto de simbiose natural no meio biótico. Na biosfera, as relações ecológicas ocorrem em equilíbrio dinâmico, pois, há uma interdependência entre os seres, principalmente na cadeia alimentar. Dessa forma, a retirada sistemática de espécies dos seus hábitats ocasiona um desequilíbrio que afeta diversas vidas, tornando, assim, cada vez mais crescente o número de espécies que entram na lista de “ameaçados de extinção”. Por manipular a seleção natural e os nichos dos animais, o problema em questão contribui para a redução da biodiversidade, maior patrimônio da humanidade. De acordo com o Neodarwinismo, devido à variabilidade de fenótipos e à limitação de recursos naturais, o ambiente seleciona, naturalmente, aqueles que possuem os genótipos mais adaptados às condições ambientais. Desse modo, o tráfico de animais é um crime que retira o benefício natural dos mais adaptados, produto de milhares de anos de evolução cumulativa. Entende-se, portanto, que a captura ilegal de animais silvestres é mais uma manifestação da ação antrópica – desprovida de consciência ecológica – sobre à natureza. Essa atitude é fruto da retrógrada mentalidade egoísta de indiferença aos seres irracionais. Com o intuito de amenizar o impasse a longo prazo, as Escolas podem propor passeios regulares que estabeleçam o contato com os animais e trabalhos teóricos sobre a temática, de modo a criar um hábito social de engajamento na causa dos animais, bem como a participação em ONGs que, por outro lado, devem continuar pressionando os governantes para que aumentem a fiscalização e a punição.