Título da redação:

Severinos

Proposta: O cenário desafiador do tráfico de animais silvestres no Brasil

Redação enviada em 23/01/2016

O homem é a única espécie que possui controle sobre sua condição natural, ao contrário de um animal, que está sistematicamente fadado a sua natureza. Certamente, o tráfico de animais que ocorre no Brasil, não é o escopo de nenhuma espécie animal, mas sim, reflexo da inércia de grande parte da população. Diante dessa situação, faz-se necessário analisar os caracteres sócioideológicos e financeiros desse assunto. É preciso considerar, antes de tudo, a influência patriarcal e obsoleta intrínseca a essa prática. O tráfico de animais, em âmbito reduzido, é de praxe na maioria dos municípios do Norte e Nordeste , e é visto como um modo de sobrevivência pelos que ali moram. A consequência mais direta, é que essa prática tende a se disseminar como uma doença infecciosa dentro de um nicho social, tornando, na ótica desses, não tão errada a venda ou compra de animais silvestres em feiras. Por outro lado,nas grandes capitais, há aqueles que tornam o tráfico um massivo negócio financeiro. O valor ético nesse grupo é outro, pois os traficantes que os compõem usam da mão de obra daqueles indivíduos, do Nordeste e Norte, para lucrar. Eles compram os animais por um preço irrisório, e os vendem na internet por um valor muito mais inflacionado. Tornando, assim, um mercado absolutamente lucrável e seguro, tanto que os próprios agentes do IBAMA explanam que as medidas coercitivas para tráfico de animais são muito brandas. Fica evidente, portanto, que o tráfico é, em grande parte, causado pelo acômodo social e estatal nos grandes sertões e matas brasileiros. Como João Cabral já ratificou:" Somos muitos Severinos, iguais em tudo na vida", enquanto os pequenos caçadores de cobras e aves, que as vendem para ajudar na renda, não sofrerem alguma coerção, o gigante tráfico, e traficantes, visto nas capitais continuará.