É comum ver em diversas casas brasileiras uma gaiola pequena com um passarinho. O dono provavelmente não sabe a procedência do espécime, mas certamente ele foi retirado da natureza antes mesmo que aprendesse a voar. O tráfico de animais selvagens apresenta-se como um desafio a ser enfrentado por que é altamente lucrativo e sua manutenção constitui uma ameaça à biodiversidade brasileira. Segundo o grupo ativista Global Financial Integrity, o comércio ilegal de animais silvestres gera cerca de R$ 53 bilhões por ano , sendo o quarto maior crime transnacional do mundo. Muitas das espécies apreendidas saem do território nacional para fazer parte de coleções particulares, zoológicos e pesquisas científicas sem a autorização do governo local. Como não existe uma fiscalização mais severa para rastrear de onde foi retirado e qual será o destino final, esse crime ainda tem muita impunidade. Além disso, retirar um animal silvestre de seu habitat natural causa instabilidade na diversidade local. Quando estava na natureza, ele estabelecia diferentes relações ecológicas e alimentares com outros seres vivos, porém sua captura gera diminuição de sua espécie por falta de reprodução ou até mesmo extinção, seja dele próprio ou de outra espécie. Assim, sua apreensão resulta em alteração na fauna regional. Portanto, o cenário do tráfico de animais constitui-se como um dos desafios da sociedade brasileira. Para que exista um possível término deste mercado ilegal, ONGs e população devem denunciar os traficantes, comerciantes e consumidores aos órgãos responsáveis, de forma que se estabeleça maior fiscalização. Ademais, as universidades podem criar centros de readaptação dos animais capturados de volta à natureza. Se tais medidas forem colocadas em prática, essa situação pode seguir num rumo mais positivo para as vidas silvestres do planeta.