Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O cenário desafiador do tráfico de animais silvestres no Brasil

Redação enviada em 31/03/2016

Belo Horizonte, turismo, Mercado Central, ‘‘corredor dos bichos’’. Um dos mais frequentados pontos turísticos da capital mineira, repleto de bares e lojas. Muitos visitantes ficam indignados com a corrupção na política, em escalas federal e estadual, mas acham normal a comercialização de animais, em um corredor de um mercado. Talvez não saibam como esses seres vivos foram parar ali, o que revela uma incoerência entre as pessoas e o comércio ilegal de animais, tanto em suas mentalidades quanto nas leis que regem a sociedade. Presenciar a negociação de animais como se fossem mercadoria é algo corriqueiro, muitos não se importam de ver canários engaiolados, embora não suportariam ver animais considerados exóticos e silvestres. Esse fato revela o desconhecimento da população da definição, por lei, de silvestre: ‘‘ animais de quaisquer espécies, que vivem naturalmente fora do cativeiro’’, na qual se enquadram os mesmos canários. Analogamente, durante o Brasil Império, a escravidão, sustentada pelo tráfico ilegal de seres humanos, hoje algo inaceitável, era considerada comum. Em suma, o problema se pauta na mentalidade de cada cidadão, que, acostumado com a prática, não percebe o enorme sofrimento que causa a outros seres. De acordo com o sociólogo Karl Marx, no sistema capitalista, existem duas subdivisões: os donos dos meios de produção e os operários, que vendem sua força de trabalho. No caso do tráfico ilegal de animais silvestres, os compradores de animais são os donos dos meios de produção. São os formadores e os motivadores de inúmeros crimes ambientais. Diariamente, destroem a fauna e a flora nacional, simplesmente para que possam apreciar partes delas em cativeiro. Não há outra razão para a venda de determinado ‘‘produto’’, quando não se tem para quem vender. No tocante aos problemas e ilegalidades apresentadas, tendo a população como protagonista, ela seria o foco para as mudanças. Se as pessoas fossem cientes do enorme e malfeitor processo que envolve levar um ser vivo de seu hábitat até sua comercialização, não mais financiariam esse crime. Cabe ao governo, por meio das mídias (televisão, internet, jornais), exibir o processo detalhadamente, com o intuito de chocar a todos. A criação de um disque-denúncia e delegacias especializadas nesse assunto também seriam benéficas, pois tal crime é tão grave quanto um sequestro. Em um país onde existem muitas leis que não funcionam, a responsabilidade do Estado é não criar mais, e sim, efetivá-las, aumentando o policiamento e fiscalização nos ambientes silvestres. Dessa forma, o tráfico seria reprimido pela lei e pelos conscientes cidadãos, e aos poucos, extinguir-se-ia.