O tráfico de animais silvestres é um problema que norteia a nossa sociedade. Durante o Período Colonial, no século XVI, centenas de espécies de aves, mamíferos e anfíbios eram capturadas e vendidas para a classe mais abastada da população no Brasil e até na Europa. Hoje, em pleno século XXI, esse cenário se repete, contribuindo com os desequilíbrios ambientais e a criminalidade. Sob esse prisma, é notável a necessidade de ampliar as medidas de proteção à fauna brasileira. Em primeiro plano, é visível que o tráfico desenfreado de animais contribui com diversos problemas ambientais. A criação em cativeiro, os maus tratos e a precariedade dos veículos que os transportam, são algumas das causas da extinção de espécies endêmicas do país, ou seja, que só existem no Brasil. Elas são de suma importância para diversas pesquisas no campo biológico e comunitário. Além disso, a retirada delas do seu ambiente natural afeta toda a teia alimentar local, alterando ciclos essenciais para a vida na floresta. Em segundo plano, é notório que a fiscalização de reservas florestais é precária. Existem leis de proteção à fauna e a flora reunidas no Código Ambiental Brasileiro, entretanto, são poucos fiscais responsáveis por longas faixas de territórios. Sem o monitoramento e punição adequados, o sentimento de impunidade impera, acentuando o número de crimes contra a natureza. Nesse sentido, é perceptível a necessidade de alteração desse panorama no país. É imprescindível que o IBAMA reforce as fronteiras florestais, instalando câmeras em pontos estratégicos e utilizando barcos para atuar em locais de difícil acesso, com o intuito de intensificar a fiscalização, empregando recursos financeiros do Ministério do Meio Ambiente. As ONGs podem incentivar a população a não adquirir animais silvestres em feiras ou lugares duvidosos, com o objetivo de não participar financeiramente da pratica criminosa. As escolas devem levar informações às crianças, incentivando o respeito pela natureza através de debates, palestras e contato direto com ela, pois como o filósofo e educador Paulo Freire afirmou, “se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela há mudança”.