A floresta amazônica possui mais de um terço de toda a biodiversidade planetária e grande parte de sua extensão é restrita ao Brasil. Entretanto, tamanhos recursos, destacando-se a fauna, são usurpados da região desde a chegada dos Europeus às Américas devido a seu valor econômico. Nesse sentido, cabe analisar de que formas a negligência e a falta de conhecimento sobre a fauna propiciam para a prática do tráfico de animais silvestres no Brasil atual. Primeiramente, cabe ressaltar o descaso histórico dos governos brasileiros com a região amazônica. Embora algumas tentativas de integração tenham sido feitas, como a criação da Transamazônica durante o regime militar, até hoje há uma baixa densidade populacional que resulta em uma diminuição da presença do Estado. Com efeito, esta negligência incentiva traficantes a continuarem suas empreitadas, visto que o risco para eles sempre foi pequeno. Hoje, a proteção da biodiversidade brasileira cabe ao IBAMA, que sozinho não é capaz de abranger toda a floresta amazônica, cabendo assim, uma maior participação do Estado neste âmbito. Ademais, deve haver mais estudos sobre o bioma equatorial e sobre o tráfico ali efetuado. Um ecossistema comporta-se como um sistema caótico, no qual conhecimentos aproximados não conseguem prever consequências futuras, ou seja, ainda não se sabe quais espécies são essenciais para o equilíbrio deste ambiente. Ainda, a floresta amazônica ocupa uma extensão a qual o Estado não tem condições de patrulhar por todo, o que resulta na necessidade de ações pontuais e mais eficazes. Dessa forma, enquanto não se sabe ambos os locais em que há o tráfico e que residem espécies importantes, a eficácia de ações existentes pode ser questionada. Fica claro, portanto, que uma melhor preservação da fauna brasileira e a solução desta problemática só podem ser alcançadas por uma gestão de caráter menos imediatista dos recursos estatais. Dessa forma, cabe ao Poder Executivo aumentar o número de delegacias da Polícia Federal na Amazônia voltadas para o tráfico silvestre e que trabalhem em conjunto com o IBAMA. Segundo este, os recursos presentes na Amazônia totalizam mais de 4 trilhões de reais, o que justifica investimentos como esse. Ainda, deve-se haver maior apoio à pesquisa brasileira, seja pela construção de centros de pesquisa na região, seja por um maior investimento ao CNPQ, para que haja mais eficácia nos projetos de preservação e possa-se economizar recursos no futuro. Assim, o país poderá melhor proteger sua fauna.