O Brasil, por ser um dos territórios com maior biodiversidade, atrai o contrabando de animais silvestres, a terceira atividade que mais movimenta recursos no país. Propensões capitalistas de, assim como Midas, tornar ouro tudo aquilo que tocar colocam em risco o equilíbrio ecológico nacional. Segundo dados do IBAMA, 82% das espécias contrabandeadas são aves, principalmente as raras, por conta de seu alto valor no mercado. Os animais capturados possuem diversos destinos, a maioria são enviados para o exterior por rotas que carecem de fiscalização. É cruel que a riqueza da fauna brasileira seja exportada dessa maneira. Sob o prisma contemporâneo, Michel Lowy afirma que o homem capitalista desencadeará um ecossuicídio planetário. A proposição fica evidente se analisadas as consequências da ação antrópica em cadeias alimentares: a extinção de um animal perturba drasticamente os níveis tróficos relacionados a ele. Nesse sentido, cabe defender a "ecologização do pensamento" de Edgar Morin, na qual a harmonia prevalece ante o domínio do meio ambiente. É fundamental, logo, que a União aumente o volume de recursos públicos destinados ao controle e monitoramento ambiental. paralelamente, deve, em parceria com o setor privado, promover a capacitação de agentes fiscalizadores - por meio de workshops e cursos - para que atuem concomitantemente à polícia ambiental. No que tange ao pensamento ecológico, o Ministério da Educação deve incluir a disciplina de meio ambiente e preservação na base e curricular nacional. Uma comparação pode ser feita: é preciso evitar que o especismo do homem lide com a sua fauna da mesma forma que Alemanha nazista lidou com os judeus.