A liberdade de expressão e, consequentemente, a possibilidade de refletir esse direito na escolha de seus governantes, foi uma das grandes conquistas dos brasileiros. Após anos de repressão no país, é evidente que ainda não se chegou ao modelo de democracia que aqueles que lutaram para construí-la sonharam. O Brasil foi colonizado para suprir as necessidades de sua metrópole, Portugal. Ao se libertar do domínio lusitano, a política do “café com leite” mostrou que as prioridades lucrativas das elites cafeicultora e pecuarista ditavam as regras de governo, o que não foi diferente durante a ditadura militar - surgida de uma intervenção norte-americana com o objetivo de barrar a expansão do socialismo na América. Os militares desviaram fortunas através da realização de obras faraônicas, como a Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói, além de governarem privilegiando as necessidades das elites bancárias, internacionais investidoras e do agronegócio. Com o fim da ditadura, a democracia estruturou-se também aos moldes do capitalismo, nascendo em cima de falsas promessas e muita corrupção, cujo objetivo máximo é o lucro em detrimento da qualidade de vida dos habitantes. Saúde, educação, transporte e segurança, foram propositalmente esquecidos à medida que os aliados políticos, patrocinadores de alguns candidatos, precisavam que esses investimentos retornassem como lucros. A corrupção se estende também às contas bancárias dos governantes. Tal situação destoa de qualquer visão de democracia, fazendo com que a população, desacreditada, acabe aceitando a realidade que lhe é imposta. Poucas são as discussões e lutas por mudanças, e o povo permanece com fome, sem acesso ao saneamento básico, utilizando um sistema público de saúde extremamente precário e, acima de tudo, sem educação, fator essencial para que esse cenário mude. O Brasil não está em processo de redemocratização, pois afinal ainda não se instaurou uma completa democracia: sistema no qual a soberania é exercida pelo povo, e o povo é o maior beneficiário. Aqueles que possuem cargos no poder público e não se corromperam precisam, através de campanhas sérias nas mídias, incentivar escolas, faculdades e os meios de comunicação a instruírem a população a votar consciente, evitando que políticos pseudo-democratas continuem no poder, como também a organizarem protestos e reivindicações por seus direitos. A democracia é um governo popular, e só o povo pode mudar a difícil realidade enfrentada no Brasil.