Os direitos políticos que são dispostos aos brasileiros foram conquistados após inúmeros conflitos. Nos dias atuais, esses direitos passam por uma manutenção, onde o cenário da democracia é construído com a influência de fatores antagônicos ao seu significado e é fortemente defasado pela deficiência da cultura política no país. Se por um lado a democracia é dogmatizada na vontade popular e visa o bem comum, é possível observar que no Brasil, os representantes da sociedade, àqueles responsáveis por defender os interesses do povo, guardadas suas devidas proporções vêm tomando decisões distintas acerca do que é ser democrático. Os recentes e crescentes casos de corrupção, como “pedaladas fiscais”, lavagem de dinheiro e recebimento de propinas representam bem essa corrupção e são bem exemplificados na operação Lava Jato, realizada pela Polícia Federal (PF), e desencadeada pelo juiz federal Sérgio Moro. Outrossim, que é imprescindível no tocante a redemocratização do âmbito político brasileiro é a educação política, ou melhor, cultura política, pois ela proporciona e aguça o censo crítico da população, possibilitando uma escolha ética e inteligente dos seus representantes. Porém, observando o ranking mundial de democracia, no quesito de cultura política, o Brasil alcançou no ano de 2010 menos de cinco pontos. Portanto, fica evidente que parte dos atuais problemas impostos à plenitude da democracia, como a escolha de líderes governamentais indoutos, ou até mesmo o “voto de cabresto” contemporâneo no país, são reflexos do pouco conhecimento político da população. Em suma, a reconstrução da democracia no Brasil deve ser assistida com mais cautela. É necessário que as autoridades competentes do poder judiciário, juntamente com a Polícia Federal, criem um grupo especializado em investigações contra a corrupção, que aplique as penalidades devidas e dispostas na legislação brasileira aos políticos detidos por corrupção, a fim de impedir os roubos aos cofres públicos. É plausível também a criação de uma ONG (Organização não Governamental), por parte de integrantes da população, que vise promover a cultura e educação política apartidária aos demais cidadãos, através de palestras e campanhas publicitárias disseminadas nas redes sociais, visto que, elas apresentam maior liberdade de expressão, mobilização e são menos alienadas aos partidos políticos, ao contrário das emissoras de televisão.