A história política brasileira perpassou por dois períodos ditatoriais conhecidos como Estado Novo e Regime Militar, dos quais restaram catastróficas cicatrizes que, mesmo após os respectivos processos de redemocratização, não sanaram por completo e, portanto, a democracia brasileira ainda está por se concretizar. Sob tal contexto, são nítidos os exemplos presentes na sociedade que marcam um atual estado intermediário entre opressão e democratização. A saber, pode-se citar a corrupção advinda dos políticos que não respeitam a soberania e os direitos populares, bem como a transgressão dos valores éticos e morais, representada pelo comum “jeitinho brasileiro”, opressão e preconceito, ainda existentes, em relação a negros, homossexuais, pobres, mulheres e outros tantos e, também, diversas formas de censura midiática e da liberdade de expressão. Outrossim, apesar do regime político brasileiro ser nomeado uma democracia e ainda que a Constituição vigente possua imenso valor democrático em relação a tempos passados, existem diversas lacunas que propiciam atos autoritários. Além disso, vale salientar que o cumprimento das leis vigentes no país demonstrar-se algo utópico, visto que demasiadas ações políticas e populacionais vão de encontro a tais leis e, por diversas vezes, não são julgadas corretamente ou nem ao menos vão a julgamento, seja por extrema burocracia, negligência ou jogo de interesses. Portanto, a fim de concretizar o processo democrático no Brasil, o Governo deve criar projetos públicos de incentivo ao debate político na sociedade, propiciando maior interesse populacional em relação aos trâmites governamentais. Além disso, o Sistema Judiciário deve ser fomentado de maior eficiência, julgando a todo e qualquer cidadão por igual e de acordo com o crime cometido. Ademais, a população deve reivindicar pelo fim da corrupção e do pleno respeito ao sistema democrático que se caracteriza como um “governo do povo, pelo povo e para o povo”.