A palavra democracia, em sua origem, significa governo do povo. Tal forma de governo surge no período Clássico da Grécia Antiga e persiste, até hoje, em alguns países, como no Brasil. No entanto, essa forma sofreu modificações ao longo do tempo, tornando, aqui, um modelo de democracia indireta – representativa. Isso traz consigo problemas no sistema governamental, devido, principalmente, à utilização ilegítima do poder pelos governantes e à passividade da população. Primeiramente, percebe-se que a política, no Brasil, transformou-se em uma garantia dos interesses de quem ocupa os cargos governamentais. Isso fica perceptível com os casos de escândalos da "Lava Jato", em que vários políticos estão sendo investigados por corrupção. Dessa forma, a ideia de "governo o povo" é negligenciada, pois quem representa o cidadão é o mesmo que usa o poder para benefício próprio. Além disso, é válido ressaltar o fator histórico-político como uma das maiores causas desse comportamento, visto que, segundo a revista Superinteressante, em 126 anos de república, dos 36 governantes eleitos, apenas um terço foi de forma direta. Assim, práticas como a do coronelismo – forma de manipulação do povo pelos políticos coronéis da República, século XX – perduram até os dias atuais. Por outro lado, a sociedade não está isenta da responsabilidade pelo enfraquecimento da democracia. Em virtude da falta de movimentos sociais impactantes na sociedade brasileira – como a Revolução Francesa -, a população não percebe que ela deveria ser a protagonista do cenário político, pois, como ratifica a Constituição de 88: "todo poder emana do povo". Entretanto, ao se ausentar das suas obrigações, a sociedade se prejudica por não conseguir validar seus direitos e exigir transformações sociais. Dessa maneira, as poucas manifestações que surgem têm caráter efêmero e não têm força suficiente para promover modificações integrais na sociedade. Percebe-se, portanto, que o processo de redemocratização, no Brasil, ocorre de maneira lenta. Contudo, para que haja mudanças, seria preciso uma participação plena da sociedade e das instituições de ensino. Nesse caso, as escolas seriam encarregadas de ensinar e motivar os alunos, desde crianças, sobre a importância de se envolver com os assuntos políticos, além de instruir sobre os direitos e deveres do cidadão. Isso poderia acontecer nas aulas de história, por meio de debates e de atividades em grupo, que motivem os jovens. Desse modo, a sociedade seria mais ativa e alcançaria uma redemocratização sólida por intermédio do voto consciente e do exercício absoluto da cidadania.