Durante quase os quase 30 anos do regime militar os brasileiros tiveram suprimidos vários de seus direitos civis, entre eles o direito ao voto e a de manifestações públicas contra o governo. Após o fim da ditadura e a constituição de 1988 esses direitos foram readquiridos. Porem o país que antes clamava por participar ativamente das decisões políticas passou a sofrer hoje com a falta de interesse de grande parte da população por essas questões. Na Grécia antiga aqueles considerados cidadãos se reuniam e decidiam diretamente os rumos de suas cidades. Na atual democracia brasileira a necessidade de se delegar a um terceiro a tomada dessas decisões faz muitas pessoas pensarem que o seu voto não tem de fato o poder de gerar mudanças naquilo que se deseja. Quando alguém elege um candidato e suas ações não correspondem àquelas propostas feitas a população essa crise de representatividade é ainda mais agravada. Além disso uma boa parte da população adulta viveu ou nasceu no período da repressão ou em períodos próximos que o precedeu. Essas pessoas tiveram poucas oportunidades de intervir diretamente na política do país . Esses anos sem a participação efetiva do povo junto a episódios de corrupção logo após a redemocratização levaram a maioria dos brasileiros a se afastarem e desacreditarem ainda mais dessa esfera. Isso fez com que o nível de cobranças significativas a nossos governantes nos dias de hoje ainda sejam muito baixos. Para uma redemocratização efetiva é que a participação popular vá além do voto. É vital que a sociedade se conscientize da necessidade de suas cobranças sobre seus eleitos. Também se faz necessário o governo apoiar iniciativas como assembléias regionais onde a população ajude seus líderes a decidir os rumos do seu bairro, região ou cidade. E que se retorne a credibilidade de nossos governantes com o fim de casos de corrupção dentro da esfera política.