Ao longo do processo de formação do Brasil como República, do século XIX ao XXI, pensamentos políticos não democráticos consolidaram-se e permaneceram fortes. A redemocratização aconteceu em dois períodos distintos no Brasil: o primeiro ocorreu após o Estado Novo de Getúlio Vargas e, posteriormente, em 1985, quando os militares saíram do poder, assim, nesses dois casos, a sociedade brasileira viveu com o autoritarismo político e a censura. Com isso, surge a problemática da violência decorrente da perda da democracia que persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pelo corruptível político, seja pela lenta mudança de mentalidade social. É axiomático que a questão da corrupção esteja entre as causas do problema. De acordo com Abraham Lincoln, a “democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo”. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a política, por várias vezes, rompeu com essa ideia de democracia, haja vista que, embora a Constituição de 1988 tenha sido um grande progresso em relação aos direitos do cidadão, há lacunas que permitem ocorrências antidemocráticas, como a censura midiática, em que muitas pessoas são intimidadas ao divulgarem informações de corrupção feitas por autoridades públicas. Desse modo, evidencia-se a importância do reforço da prática da liberdade de expressão e a livre imprensa como formas de combater à problemática. Outrossim, destaca-se a repressão como impulsionador da falta de democracia. Durante o século XX, muitos movimentos, como a Tropicália, tentaram coibir os atos da Ditadura. Todavia, cidadãos foram torturados e mortos nesse período, de 1964 a 1985, configurando a repressão nesse sistema. Segundo Durkheim, o fato social é a maneira de agir e de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção sobre este mesmo indivíduo. Seguindo essa linha de pensamento, muitos civis e estudantes descontentes saíram às ruas para protestarem, o que acontece também na atualidade, como os movimentos que lutam para reestruturar a política. Assim, o fortalecimento do pensamento da democracia, transmitido pela sociedade, funciona como forte base para o combate dos movimentos autoritaristas e antidemocráticos. Entende-se, portanto, que a redemocratização ainda está em construção no Brasil, sendo uma reação aos golpes autoritários durante a formação do país que culminaram da corrupção política e da repressão. A fim de atenuar o problema, o Governo Federal deve elaborar um plano de implementação de ambientes propícios para o debate político em que o cidadão possa opinar sobre formas de fazer o progresso do país e demonstrar o seu descontentamento de forma que as partes entrem em consenso sem agressão, ademais, aplicar campanhas democráticas de abrangência nacional junto às emissoras abertas de televisão como forma de estímulo à livre imprensa e liberdade de expressão. Dessa forma, com base da ideia democrática de Abraham Lincoln, o fato social da liberdade será gradativamente ampliado e direcionado para a estruturação do país.