Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 16/01/2016

Quando se fala em autonomia, refere-se ao poder do indivíduo de decidir algo por si mesmo, sem qualquer tipo de interferência. Portanto, a autonomia está fortemente ligada à liberdade, pois a primeira só existe, de fato, se a última existir. Sob tais circunstâncias, a mulher brasileira não pode ser considerada autônoma no momento em que engravida, pois não é ela que decide se quer prosseguir com a gestação, mas sim o Estado, já que, no Brasil, o aborto é considerado crime, somente sendo permitido em casos em que ocorre estupro, anencefalia fetal ou quando a gravidez traz riscos de morte materna. Excluindo algumas raras exceções, quem cuida de uma criança durante a maior parte do tempo é a própria mãe, muitas vezes sem receber qualquer tipo de ajuda, o que requer uma imensa responsabilidade. Apesar de o nascimento de um bebê afetar, também, as pessoas que convivem com a mãe, quem mais sofre as mudanças continua sendo ela, pois é em seu ventre que se desenvolve o feto e também de seus cuidados que o mesmo dependerá para continuar vivo. Muitas mulheres, em busca de autonomia, recorrem a métodos perigosos para realizar aborto, procurando clínicas clandestinas, utilizando doses altas de medicamentos, ferindo o útero com objetos inadequados, etc., o que pode gerar não somente a morte do feto, mas também a da mãe. Isto acaba desvalorizando, até mesmo, a Medicina, pois muitas vezes estes procedimentos são realizados por falsos profissionais, isto é, pessoas sem formação e conhecimento necessários, afetando, também, a população de forma geral, porque procedimentos do tipo desfalcam o dinheiro público. Métodos contraceptivos devem ser ensinados e estimulados pelo governo através de propagandas televisivas e em locais públicos, além de serem distribuídos, como já acontece. Esta distribuição, no entanto, pode atingir mais pessoas, se for enfatizada, acontecendo em ruas, veículos de transporte e instituições de ensino públicos, por exemplo. Além disso, é importante entender que nem sempre estes métodos são eficazes e que a mulher precisa de autonomia para decidir se quer dar continuidade a uma gestação que pertence somente a ela, não sendo o Estado, portanto, digno de tomar tal decisão.