A Organização Mundial da Saúde estima que, a cada ano, no mundo sejam realizadas 22 milhões de abortos em condições inseguras levando à morte cerca de 47 mil mulheres além de causar disfunções físicas e mentais provenientes de procedimentos feitos sem assistência médica em outras 5 milhões. No Brasil, de acordo com estudos médicos, ocorrem cerca de 1,5 milhão de abortos ao ano. A legislação brasileira permite a prática do aborto em apenas três situações: quando a mulher foi estuprada; quando há risco de morte para a mulher ou quando o feto é anencéfalo. Não só a legislação mas também a influência de organizações religiosas nos altos escalões do governo brasileiro impedem o progresso do debate sobre a legalização do aborto. Por conseguinte, o aborto é um dos principais problemas de saúde pública no país. em virtude da sua ilegalidade, muitas mulheres apresentam problemas durante o procedimento e procuram o serviço público de saúde com dores, hemorragias ou infecções, além daquelas que não conseguem chegar ao hospital. Diante disso, o Governo, a sociedade e as instituições religiosas precisam ouvir as mulheres sobre o direito de decidirem ter filho ou não, de fazerem o que quiserem com seus corpos, pois se vive em uma sociedade livre e laica.