Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 16/08/2016

O aborto é uma questão de saúde pública e vai muito além de opinião pessoal. Deve-se pautar que independente do achismo de cada um, o aborto continuará sendo feito em clínicas clandestinas, por profissionais desqualificados, colocando em risco a vida da mulher que deseja fazer esse procedimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma brasileira morre a cada dois dias por abortos mal feitos e um milhão de abortos clandestinos seriam feitos no país todos os anos. Portanto, é preciso que o tema seja discutido e a mulher tenha mais autonomia sobre seu corpo, para então decidir se quer ou não ter filhos. É importante destacar que o Brasil é um país laico. Porém, milhares de pessoas criminalizam o aborto baseadas em suas religiões, tentando impor sua vontade aos outros, sem perceber que isso fere a liberdade do próximo. Nota-se, então, que a maior dificuldade para que essa prática seja legalizada é a interferência religiosa presente nos julgamentos do STF. De acordo com o médico Drauzio Varella, o aborto já é livre no Brasil; é só ter dinheiro para fazer em condições até razoáveis. Logo, fica claro que a criminalização é acentuada nas camadas mais pobres da sociedade. As mulheres ricas seguirão pagando clínicas decentes (e mesmo assim estarão cometendo crime), já as mulheres pobres seguirão condenadas à morte, tentando de todas as formas realizar o aborto. Além disso, métodos contraceptivos podem falhar, e as mulheres não devem ser punidas por isso. Outro tabu que precisa ser quebrado é o que diz que o aborto seria usado como método contraceptivo. Vários estudos comprovam que nos países em que a prática é legalizada, houve queda no número de mortes maternas e também houve redução no número de abortos. Logo, conclui-se que os políticos precisam, primeiramente, diferenciar o Estado de suas crenças religiosas, garantindo a laicidade. A autonomia das mulheres também precisa ser garantida, para que essas possam interromper uma gravidez quando desejado, por qualquer circunstância. O SUS deve ser utilizado para realizar esses abortos, de forma segura e gratuita, para que mulheres de todas classes sociais tenham acesso. Além disso, a legalização do aborto deve vir acompanhada de políticas públicas de prevenção à gravidez indesejada, assistência social e educação sexual.