Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 19/09/2018

Na série televisiva Grey's Anatomy (Anatomia de Grey) uma das personagens, Cristina Yang, engravida e, por não querer a criança, realiza aborto. Porém, diferentemente de algumas regiões dos Estados Unidos, no Brasil não há a legalização dessa prática (exceto em casos de estupro, risco de vida para mãe ou anencefalia do feto) e, nesse sentido, deve-se analisar como a religião e a questão social dificultam esse processo. É primordial ressaltar que, embora o Brasil seja um Estado laico, a bancada religiosa do Legislativo ainda tem uma grande força contra a questão do aborto, devido ao direito à vida do feto. No entanto, precisa-se analisar esse assunto como saúde pública, uma vez que, segundo um estudo da OMS (Organização Mundial de Saúde), mais de 25 milhões de abortos inseguros são realizados anualmente. Assim, é importante que seja de entendimento geral que descriminalizar não é incentivar, é, na verdade, preocupar-se com a redução do número de mortes de mulheres. Segundo o sociólogo Karl Marx, "as ideias dominantes de uma época sempre foram as ideias da classe dominante". De maneira análoga, na questão do aborto, o procedimento abortivo é realizado de forma segura por pessoas que possuem condições financeiras para pagar. Isto é, mulheres de baixa renda que não apresentam os casos permitidos de aborto e que não têm condição de pagar consultas particulares, acabam recorrendo ao aborto clandestino. Evidencia-se. portanto, como as questões religiosa e social vão de encontro à autonomia da mulher nos casos de aborto no Brasil. Dessa forma, faz-se necessária, inicialmente, a educação sexual nas escolas com o intuito de que os jovens tenham conhecimento sobre métodos de prevenção e uma consequente diminuição no número de gestações indesejadas. Ademais, faz-se necessário que o Ministério de Saúde disponibilize uma maior quantidade de profissionais nos postos e hospitais para acompanhar e ajudar as mulheres a tomarem sua decisão e, não somente, com o auxílio da mídia, divulgar métodos contraceptivos também objetivando menos gravidezes não planejadas. Entretanto, é, da mesma forma, fundamental que a mulher possua o direito de escolha sobre o seu corpo para que, assim, um Brasil de maior liberdade às mulheres seja construído.