Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 23/04/2016

O Brasil é um país laico que possui uma poderosa bancada religiosa no congresso nacional. Este paradoxo reforça a cultura de comunhão entre religião e política, a qual é uma das barreiras à autonomia da mulher brasileira em relação ao aborto. A legalidade do aborto é muitas vezes confundida com o incentivo à prática abortiva. Alguns políticos usam argumentos religiosos como forma de simplificar uma discussão de grande complexidade, na qual estão envolvidos diversos setores da sociedade - inclusive os que escolheram a laicidade. Tal simplificação, ao não considerar a opinião feminina de todos os seguimentos sociais - religiosos e laico - sobre o aborto, negligenciam os alarmantes dados da saúde pública a respeito dessa questão. O ginecologista e obstetra Jefferson Drezett, em entrevista ao portal de notícias UOL, expôs estes tristes dados: no Brasil, acontecem cerca de 1 milhão de abortos provocados e 250 mil internações para tratamento de complicações por abortamento por ano. Por isso, enquanto representantes da sociedade, no geral, os políticos brasileiros precisam discutir esse tema como problema de saúde pública; não como uma questão moral, pois esta é de responsabilidade individual. Portanto, é importante a atuação escolar como moduladora do comportamento político da nação. Através da formação de grupos de alunos para o gerenciamento de turma, por exemplo. pode-se desenvolver nos jovens a consciência de que os políticos devem governar para todos, independentemente de seus princípios individuais. Ademais, a comunidade médica deve investir em campanhas por meio de panfletos em postos e hospitais, a fim de esclarecer para população a triste realidade das muitas mulheres sem direito a autonomia.