Título da redação:

Prática de conceitos

Proposta: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 07/02/2016

A falta de autonomia feminina sobre o seu corpo traz consequências lastimáveis. Logo, a legalização do aborto, por mais que seja um impasse com prols e contras, ajudaria a salvar milhares de mulheres dignas de seu poder de escolha. Se não for isso, a continuidade de procedimentos clandestinos permanecerão tirando a vida de mães e fetos por causa das normas pelas quais as brasileiras estão submetidas. A discussão sem um propósito garantidor da autonomia das mulheres tem como resultado a imposição da vida delas a riscos fatais. Não são por acaso os índices exorbitantes de mortes envolvendo interrupção ilegal de gravidez. Afinal, depois de terem engravidado sem o mínimo planejamento, a saída, principalmente para as mais pobres, é procurar métodos clandestinos baratos capazes de retirar o embrião. E não é de hoje que meninas e adultas não têm direito de decidir sobre o próprio corpo. Na Idade Média, os chás abortivos de ervas podiam até retirar o feto do útero, mas se tal ação fosse descoberta, as mulheres respondiam a pena- às vezes, mortal- de assassinato. Desse modo, não é justificável impedir a decisão feminina sobre a própria gestação, já que de uma forma ou de outra haverá danos. Se o aborto não é legalizado, por exemplo, os bebês jogados em lixões e a alta quantidade de crianças órfãs permanecerão comuns. Além disso, a submissão das mulheres aos mercados clandestinos, sem estrutura ou capacitação profissional, tenderá a crescer, como acontece todos os anos, segundo pesquisas. Por outro lado, com uma legalização exigente em certos requisitos, como interrupção somente até o terceiro mês de gestação, trará sentido ao conceito autonomia, sem contar com a melhoria da saúde pública no Brasil. Dessa forma, o Estado deve investir, juntamente com a mídia e as escolas, na divulgação de métodos contraceptivos a fim de evitar uma gravidez indesejada. Também é essencial a difusão dos riscos causados pela retirada clandestina de embrião. Ao governo cabe revisar valores, com relação à legalização do aborto, para garantir a integridade feminina quanto ao seu poder de escolha e á saúde do seu corpo.