A autonomia da mulher quanto ao caso de interrupção da gestação é, no Brasil, baixa. Aliás, a imposição exercida pela sociedade sobre não abortar e a mínima intervenção do Estado diante de tal assunto são fatores que contribuem para tal querela. Nesse sentido, tornam-se necessárias medidas cabíveis. A priori, é válido ressaltar que a imposição da sociedade sobre o fato de não abortar acaba retirando a independência de escolha das mulheres que querem suspender a gestação. Afinal, segundo o sociólogo Émile Durkheim: “ é fato social que toda maneira de agir é suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior da sociedade”. Dessa maneira, nota-se que a escolha advinda da população brasileira sobre o aborto acaba se tornando as das mulheres que querem abortar, visto que se elas optarem por outra alternativa sofrerão repúdios. A posteriori, observa-se que a baixa intervenção do Estado diante desse cenário contribui para que as mulheres inclusas no caso de aborto tenham pouca autonomia. Tal fato exemplifica-se por uma inexistente lei que permita à mulher o direito de abortar. Assim, verifica-se que essa realidade favorece para que tenha abortos clandestinos, já que a mulher não pode recorrer a um hospital, gerando, então, consequências, tendo como exemplo a morte. Destarte, é mister a potencialização de medidas para dar às mulheres mais autonomia no quesito de interrupção da gestação. Para tanto, cabe à prefeitura de cada cidade, por meio de anúncios na rádio e televisão, instigar a população a dar mais liberdade às mulheres que querem abortar, objetivando dar a elas maior independência. Outrossim, é de suma importância que o Poder legislativo, mediante a conversas com o Executivo, aplique uma lei que permita a ocorrência do aborto em qualquer parte da gestação, visando diminuir os abortos clandestinos. Assim sendo, a autonomia da mulher brasileira quanto ao aborto será grande.