Título da redação:

Direito negado.

Proposta: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 14/12/2015

O aborto é ilegal no Brasil.Torna-se permitido apenas nos casos de anencefalia, estupro e na ocorrência de risco de morte da mãe. Ou seja, fora dessas condições, a mulher não tem a autonomia sobre seu próprio corpo. Diante disso, é preciso considerar que, mesmo esse direito sendo concebido, o país não está preparado para legalizar o aborto por, motivos econômicos e religiosos. Em primeiro lugar, é necessário pontuar que, para o aborto acontecer, deve existir uma ótima estrutura nos hospitais, desde leitos disponíveis para as pacientes, equipamentos específicos para tal prática e uma equipe de profissionais especializados para lidar com o caso e acompanhar desde a primeira decisão da mulher até após o aborto ser realizado. O que hoje, infelizmente, não existe. Com isso, o governo terá que investir para que todo o processo realizado não venha a prejudicar a mulher antes, nem depois do procedimento. Todavia, sabe-se que recursos destinados à saúde estão sofrendo cortes pelo governo brasileiro, o que ,infelizmente, dificulta que tudo isso aconteça. É preciso considerar também, que a religião continua influenciando as mais importantes decisões do mundo. O que é muito ruim. Enquanto a ciência afirma que, até o terceiro mês de gravidez não existe vida definida, os cristãos asseveram que a mesma se dá a partir do momento em que o óvulo encontra o espermatozoide. Essa discussão entre igreja e ciência é antiga e, enquanto isso, mulheres morrem em casas abortivas sem nenhum suporte. Diante do que foi exposto, para que as mulheres possam ter o direito de decidir se estão prontas ou não para gerar uma criança, a religião não pode intervir nesse assunto, pois o país é laico. Além disso, é necessária a criação de uma lei federal que garanta a liberdade da mulher abortar até o terceiro mês de gravidez. O governo também, precisa investir em estruturas, assim como qualificação profissional através de uma equipe médica multidisciplinar para acompanhar as pessoas que decidirem abortar. Enquanto o que foi citado não acontecer, mais mulheres morrerão, e a sociedade não presenciará a conquista de mais um direito.