Título da redação:

Autonomia não é crime

Proposta: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 03/12/2015

A mulher teve sua autonomia negada por muito tempo. Aos poucos foi conseguindo seus direitos, de forma árdua e com muito luta, pois muitas vezes esses direitos eram vistos como algo extremamente errado, como poder sustentar-se trabalhando ao invés de depender do marido. Mas, infelizmente, as mulheres ainda não alcançaram sua autonomia por completo; falta, por exemplo, a autonomia sobre seu corpo e escolha de abortar ou não. O aborto é "demonizado" e visto como um assassinato. Mas as mesmas pessoas que pensam dessa maneira não falam sobre as várias mulheres que morrem pelos abortos clandestinos. Também não são enxergadas as situações e condições em que essas mulheres vivem e o porquê de tomarem tal decisão. A culpa é posta em não usar métodos anticoncepcionais, mas sabemos também que a maioria deles não são cem por cento seguros. É muita hipocrisia também culparmos essas mulheres, enquanto homens abortam o tempo inteiro e não são criminalizados por isso. Saiu na mídia o caso da mulher que deixou o bebê recém nascido na frente de um condomínio. Ela foi julgada por muitos como uma mãe terrível e má, mas ninguém falou do pai que a deixou sozinha, nem da família de classe média para quem a mulher trabalhava, e que "não percebeu" que ela estava grávida, ou sobre as condições de vida em que ela se encontrava. Talvez se essa mulher da estória contada tivesse tido autonomia sobre seu corpo, e escolhido abortar, isso não teria acontecido. As mulheres continuarão abortando, seja em clínicas especializadas ou não. O aborto deve ser legalizado, e assim muitas mulheres poderão escolher à vida, ao invés de morrerem em clínicas clandestinas. E muitas poderão escolher o melhor para suas vidas e não serem obrigadas a algo que não querem e muitas vezes nem podem.