Título da redação:

Aborto: vida ou morte?

Tema de redação: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 03/12/2015

Aborto: vida ou morte? O CFM (Conselho Federal de Medicina) defende a legalidade do aborto até 12ª semana de gravidez. No ano de 2013, este Conselho enviou ao Senado parecer para a liberação da interrupção gestacional neste estágio. Mesmo assim, no Brasil, a prática do aborto ainda é ilegal, entrando em confronto com o desejo de muitas mulheres e, por consequência disso, o país enfrenta os altos índices de abortos clandestinos, gravidez na adolescência. Há séculos, estabeleceu-se sobre a sociedade a supremacia masculina, ela tornou-se a chamada sociedade patriarcal, onde o centro dela está na figura do homem. Em contrapartida a este quadro, a mulher é subjugada e privada de seus direitos mais básicos. Muito foi avançado em favor dos direitos femininos, como por exemplo, o direito ao voto na eleição de chefes de estado, ao trabalho remunerado (discutível pela extrema diferença salarial entre os gêneros), até mesmo à educação. Contudo, não sobram dúvidas de que há muito a evoluir para que as mulheres tenham seus direitos garantidos. Na questão do aborto, sendo ele ilegal, priva a mulher dos direitos sobre seu corpo e sua vida emocional e profissional. A mulheres estão acostumadas a seguir caminhos alternativos, uma vez que, não lhes é dado justiça. Abortos clandestinos põem em risco a vida da gestante. O tipo de clínica, que a mulher que escolhe este caminho encontra, não possui UTI (Unidade de Terapia Intensiva), crucial em casos de emergência. Toda intervenção cirúrgica requer atenção e os meios para socorrer o paciente em caso de complicações. Com a liberação do aborto, o direito à vida e da integridade da gestante serão preservados. A maioria das mulheres grávidas, que desejam o aborto, ainda não podem ser chamadas de mulheres, pois têm entre 11 a 17 anos de idade. É crescente o número de meninas que largam os estudos fundamentais por conta de gravidez precoce. Estas meninas abrangem a faixa etária que a Vara da Infância e da Juventude protege, elas já são mães, mas não deixaram de ser apenas crianças. Dentro dos padrões de éticas comprovados pelo CFM, pode-se estabelecer abortamento seguro e saudável. O Estado proíbe o aborto, mas não se responsabiliza pelas crianças que estão vindo ao mundo indesejadas, tão pouco aquelas que estão dando à luz outra criança. Essas jovens têm futuro incerto e seus filhos também. A solução será a legalidade e a liberdade deste ato, que devolverá às mulheres e meninas brasileiras a dignidade. O aborto consciente salvará vidas.