O aborto, diferentemente do que muitos imaginam, envolve diversos fatores, desde econômicos até sociais. Uma em cada cinco mulheres brasileiras com mais de 40 anos já realizou o aborto ilegal, sendo este um dos principais motivos de morte materna no país. É importante analisarmos também que as vítimas deste procedimento são as mulheres de baixa renda, que ficam a mercê de clínicas mais baratas e sem profissionais qualificados. A complexidade deste tema aparece quando observamos que se caso haja a legalização poderá sim ocorrer uma queda no número de mortes causadas pela falta de assepsia, estrutura e especialização médica durante o ato. Entretanto, devido ao peso dos nossos problemas sociais, haveria também a redução do uso de métodos preventivos e a explosão de doenças sexualmente transmissíveis. Além desses fatores, teríamos que melhorar nosso sistema de saúde, que tantas vezes é falho e mal consegue atender às necessidades dos pacientes. Deste modo, entendemos que para o aborto ser legalizado no Brasil precisamos de profundas mudanças sociais, educacionais e até mesmo econômicas nas quais seja reconhecida a importância da prevenção e que deem a oportunidade de todas as mulheres terem acesso a um procedimento digno e seguro, o que não é possível nos dias atuais.