Título da redação:

O avanço exploratório

Proposta: O avanço do agronegócio e os reflexos no meio ambiente

Redação enviada em 10/10/2016

Atualmente, o Brasil se mostra inserido entre os países do mundo com os maiores índices de exportação de matéria prima agrícola. O destaque nacional vai para as produções frutíferas, cafeicultoras e, sobretudo, sojicultoras; as quais vêm gradativamente representando fortes contribuições para o Pib do país. No entanto, a vigência desse paradigma fomenta a crescente agressão à fauna e à flora brasileiras. Desse modo, percebe-se que o avanço do agronegócio apresenta-se como extremamente nocivo para a preservação do patrimônio ambiental verde-amarelo. Em uma primeira análise, sob a ótica macro-ambiental, o avanço do agronegócio faz-se danoso ao meio ambiente por apresentar-se como expressão metonímica de uma problemática ainda maior: a perda de territórios de mata virgem em detrimento do plantio de commodities; produtos agrícolas de alto valor mercadológico. A fundamentação dessa correlação alicerça-se no fato de que a agroindústria, sobretudo a da soja, tem buscado se expandir para zonas com maior abundância de patrimônio ecológico; uma vez que estes são os sítios nacionais de menor densidade populacional e, consequentemente, de mais fácil instalação. Nesse sentido, o limiar da fronteira agrícola ultrapassou nos últimos anos os limites amazônicos, permeando, assim, a agroexploração por toda a região centro-oeste e, ainda, por parte da norte. Dessa forma, todo esse processo acarreta o desmatamento de áreas de intensa biodiversidade, as quais poderiam ser aproveitadas para o desenvolvimento brasileiro nos setores científico, farmacêutico e alimentício. Ademais, em um segundo plano, o progresso do agronegócio mostra-se ambientalmente preocupante, em semelhante proporção, por configurar-se como herança histórica de uma colonização extremamente exploratória. Essa motivação historiográfica decorre do passado econômico brasileiro pautado quase que exclusivamente sobre a lógica agroexportadora. Nessa perspectiva, tal fenômeno se faz verossímil uma vez que os pilares da riqueza nacional foram sempre produtos do setor primário; tais quais o pau-brasil, a cana de açúcar e, sobretudo, o café. Dessa maneira, todo esse paradigma faz com que o atual panorama de crescimento da agroindústria a partir do desmatamento do meio ambiente mostre-se extremamente complexo e difícil de ser combatido. Assim, a sociedade torna-se a principal vítima das suas contradições, omissões e condutas ambientais. Nota-se, portanto, que o avanço do agronegócio no Brasil mostra-se como fortemente danoso à abundância ambiental nacional. Desse modo, faz-se necessário que o Governo Federal, em conjunto com os ministérios do meio ambiente e da educação e cultura, reverta esse panorama de desmatamento exploratório. Tal reversão deve se dar por meio da implantação de aulas e debates obrigatórios no currículo escolar regular que discutam a importância da preservação do meio ambiente do país; de maneira que os alunos cresçam com a noção de sustentabilidade previamente estruturada em sua psiqué. Além disso, cabe ao Poder legislativo a criação de multas e penas prisionais mais rígidas àqueles que violarem as áreas de reservas ambientais para fins agrários e mercadológicos. Com isso, moldar-se-á um país mais coeso e preservado.