Título da redação:

Mutualismo

Proposta: O avanço do agronegócio e os reflexos no meio ambiente

Redação enviada em 24/09/2016

José de Alencar e outros romancistas da primeira geração evidenciaram a relação do índio com o meio ambiente: subsistência, cooperação e respeito. Hoje, passados quase dois séculos das publicações dos romances, a realidade mostra a face perversa do que o agronegócio provocou à natureza – haja vista a ameaça que este representa aos biomas brasileiros. Nesse cenário, surge a necessidade da rigidez governamental na fiscalização de áreas preservadas, aliando-se a uma diversificação da economia do país. Em primeiro lugar, é importante analisar o que o avanço do agronegócio representa. Segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, essa atividade representa 23% da fatia do PIB nacional, sendo inegável sua importância para o setor econômico. A nação possui uma localização geográfica que possibilita a integração entre clima e extensão territorial para a difusão da agricultura e da pecuária, que caracterizam-se como fortes bases de geração de riquezas. Sendo assim, há a indispensabilidade de estabelecer uma relação sustentável entre desenvolvimento e meio ambiente, já que o Brasil apresenta-se altamente dependente dessa atividade. Em contrapartida, por onde o agronegócio passa, deixa marcas de degradação ambiental. O relatório das Nações Unidas comprova o que é claramente perceptível: o setor é responsável por 70% do desmatamento na América Latina. O cerrado e a Amazônia sofrem as consequências do que o uso desenfreado dos recursos naturais pode provocar, sendo eles a imagem da destruição provocada; sem fiscalização eficiente e sem consciência dos agricultores, movidos pelo instinto capitalista de lucro, a atividade tornou-se uma ameaça à biodiversidade. Desse modo, torna-se evidente a urgência de ações que atenuem o problema. Fica claro, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. Assim como na biologia o mutualismo estabelece uma relação de interdependência e equilíbrio entre indivíduos, esse conceito pode ser aplicado ao relacionamento entre agronegócio e natureza. Para que isso seja estabelecido, a Embrapa, em parceria com o Ministério da Agricultura, deve investir no desenvolvimento de tecnologias que empreguem a sustentabilidade no campo. Ademais, é importante que o governo aumente a fiscalização em áreas protegidas, bem como, incentive outros setores para que o Brasil não seja tão dependente do primário. Outrossim, faz-se fundamental a difusão de palestras incentivadas pelo Ministério da Educação, que abordem os danos provocados por essa prática, para que assim, construa-se a consciência do que o meio ambiente representa para a vida humana.