A economia brasileira baseia-se no modelo agroexportador desde os primórdios do processo colonizatório, iniciado com a extração massiva de Pau Brasil e com o sistema plantation para cana de açúcar e café. No entanto, a acelerada expansão da fronteira agrícola em direção ao Centro-Oeste e à Amazônia iniciou-se a pouco mais de 40 anos, com o projeto de descentralizar a economia nacional do polo RJ-SP-MG. Tal processo aumentou os danos antropogênicos causados à natureza como, por exemplo, o desmatamento abusivo – cujo índice brasileiro cresceu nos últimos anos e continua sendo o maior do mundo – e a utilização irrestrita de pesticidas. Outrossim, a expansão do agronegócio piorou o histórico problema da concentração fundiária, deteriorando as condições de trabalho e acelerando o êxodo rural. Não obstante, é possível mudar esse status quo não apenas combatendo diretamente o desmatamento, mas também incentivando práticas de manejo sustentável, como a rotação de culturas – capaz de restabelecer os nutrientes do solo e diminuir o uso de fertilizantes –, a utilização de tecnologias para corrigir a acidez da terra e o reaproveitamento do bagaço e demais resíduos vegetais, em biodigestores, para a produção de gás metano, utilizado como combustível renovável em máquinas agrícolas. Entretanto, as medidas supracitadas exigem grandes investimentos do agricultor, que poderiam ser facilitados através de um programa governamental de empréstimos à juros baixos. Às organizações civis, cabe a realização de palestras e cursos sobre a importância dessas práticas, visando diminuir os impactos ambientais e melhorar a qualidade de vida do trabalhador rural.