Título da redação:

Meio ambiente a agronegócio: uma questão de responsabilidade

Tema de redação: O avanço do agronegócio e os reflexos no meio ambiente

Redação enviada em 28/09/2016

Os egípcios foram um dos primeiros povos a entender o solo, baseados no calendário lunar, que indicava o comportamento do rio Nilo, aprenderam a melhor época para plantações. Com o decorrer da humanidade, chegou à vez da “Revolução Verde”, na qual essa prática rural ganhou o importante nome de “agronegócio”. Seu avanço é preponderante na economia mundial, contudo, os impactos ambientais se fazem igualmente presentes, não se restringindo a problemas locais e afetando todo o ecossistema adjacente. Falar de agronegócio é falar de agroexportação, ou seja, dos principais países responsáveis pela produção voltada ao mercado exterior. Dentre eles, a América Latina mostra o seu peso marcante, contendo locais como o Brasil, a Argentina, o Chile e Peru. Porém, apesar da positividade econômica gerada pela produção agrícola, o relatório O Estado das Florestas do Mundo, apontou essa atividade como responsável por 70% do desmatamento do continente. Ou seja, a realidade é que as florestas nativas estão sendo substituídas por espécies que, geralmente, ocupam sozinhas a terra antes diversa, retirando os nutrientes do solo e tornando-o pobre. Um exemplo é o caso do plantio de soja no Brasil, que, pelo lucro considerável, é plantada por via de monocultura e em larga escala, tomando, cada vez mais, o lugar que era biodiverso. Não bastante, o crescimento do agronegócio tem sido constantemente associado à presença de pragas (como a vassoura de bruxa, fungo que ataca o cacau). Essas, por sua vez, destroem a plantação e são irresponsavelmente combatidas com produtos tóxicos, o que traz toda uma cadeia de impactos, que variam desde a poluição de mananciais e lençóis freáticos, até a contaminação da própria fruta ou verdura, sendo passadas ao consumidor sem considerar os efeitos em sua saúde. Além disso, os casos são ainda piores quando há plantio em áreas de mata ciliar, pois, além de substituir a mata original, o novo plantio acarreta o assoreamento de rios, aumentando a probabilidades de enchentes e modificam o habitat das espécies aquáticas e terrestres. O avanço do agronegócio é primordial para o crescimento da economia. Contudo, esse avanço deve ser regulado e direcionado para um “crescimento verde”, já que a atual conjuntura de efeitos ambientais é danosa e pouco lembrada. Destarte, cabe a cada país, em sua soberania, ordenar o equilíbrio entre crescimento econômico e preservação da natureza. Meios interessantes para isso seriam o Governo Federal, juntamente com as organizações ambientais, obrigarem aos produtores rurais latifundiários a manter como área de reflorestamento um terço de suas terras, além de, por auxílio de biólogos experientes, só permitir o uso de agrotóxicos voltados ao controle de pragas, quando não houverem opções naturais de combate (controle biológico com insetos, por exemplo). Assim, é possível balancear responsavelmente o crescimento do agronegócio.