O agronegócio é a principal fonte de renda do Brasil, e isso é bom. Seus produtos suprem o mercado externo e interno, contribuindo com o PIB. Entretanto, sua expansão traz prejuízos ao meio ambiente. Dessa forma, medidas de cunho político e social devem ser tomadas a fim de que se modifique esse cenário. Em primeiro lugar, a globalização perversa tem papel crucial nesse processo. Milton Santos diz que o centro do mundo contemporâneo é o capital, e este, por sua vez, é o responsável pela desumanização das relações sociais. Para o autor, as empresas do mundo globalizado instalam seus serviços a favor de seu próprio lucro, em determinado local, enquanto a paisagem ao redor se desfaz. Isso se evidencia no uso de agrotóxicos, que podem causar diversos problemas, como intoxicações de rios e a chuva ácida e nos desmatamentos para se expandir a área cultivada. Sacrifica-se, portanto, a solidariedade entre o homem e a natureza a favor de produzir-se cada vez mais. Além disso, a apropriação da natureza para o bem próprio torna-se mais intensa a cada dia. Para Rousseau, o homem entrou em um espiral descendente a partir do momento que cercou uma parte da natureza e a declarou sua propriedade. De fato, este começou a competir pelos pedaços de terra mais produtivos, que acabam sempre com os mais poderosos — aqueles que subjugam os demais. Tal tema gerou conflito entre arrozeiros e indígenas habitantes da reserva Raposa Serra do Sol: afinal, de quem é a terra? De quem produz maior PIB ao Estado ou de quem estava ali antes? Desse modo, mais uma vez a natureza e o desenvolvimento entram em conflito. Assim, há aí o dilema entre avançar-se a produção agropecuária do país e preservar-se a natureza. Nessa perspectiva, é preciso políticas que contrabalanceiem os dois aspectos. Porém, a saída não é criar leis, mas aumentar a fiscalização sobre as que já existem. E isso pode ser feito através do IBAMA, se este passar a receber denúncias pelo Whatsapp, onde pode-se enviar fotos e vídeos — como já é feito pelo Tribunal de Contas da União —, agilizando-se e dinamizando-se a fiscalização. Por fim, a mídia deve realizar campanhas incentivando a população agrária a ter mais cuidado com o uso do solo, evidenciando os prejuízos que podem ser causados ao meio ambiente como um todo. Só assim a natureza e o desenvolvimento poderão andar de mãos dadas.