As indústrias agrícolas e da pecuária têm lucros exorbitantes todos os anos, mas o real preço dos produtos transpõe os cálculos financeiros e chegam aos incalculáveis danos ambientes. Os altos impactos ambientais são causados pelos métodos arcaicos de produção e pela grande influência política da bancada ruralista. As práticas rudimentares e intensivas utilizadas pelo agronegócio degradam, lixiviam, contaminam, empobrece e salinizam os solos e lençóis freáticos. Como no caso do Mar de Aral, que devido ao desvio de seus afluentes o gigantesco lago foi reduzido e salinizado tão drasticamente que impossibilitou a pesca e afetou de forma extrema as comunidades que viviam dessa hidrografia asiática. A transposição do Rio São Francisco tem como justificativa levar água ao povo do sertão que sofre com a seca, mas pragmaticamente visa beneficiar latifundiários que irrigarão suas lavouras, levando alguns rios e lagos posteriores a mesma situação andrajosa do lago que era soviético. Desde a Lei de Terras em 1850, da República Oligárquica até nos dias atuais, nota-se que a influência dos ruralistas é intensa, fazendo com que as medidas necessárias para reduzir os impactos causados pelo agronegócio fiquem travadas e tenha uma peregrinação morosa no poder legislativo brasileiro. Para reduzirmos os impactos ambientais causados pelo agronegócio, é necessário que o Congresso Nacional elabore leis mais intransigentes sobre os impactos causados pelo agronegócio, prevendo a penalização mais austera, civil e penal, dos donos de fazendas que utilizam agrotóxicos irregulares e que causam desmatamento. Faz-se fundamental uma parceria entre IBAMA e Forças Armadas, com a utilização dos satélites militares para fotografias periódicas dos latifúndios, a fim de comparar e comprovar possíveis desmatamentos. Cabe à Receita Federal, juntamente com o Ministério da Agricultura, incentivar fiscalmente de forma mais contundente os produtos orgânicos, uma vez que esses primam pelo controle biológico das pragas, não utilizando agrotóxicos nocivos ao meio ambiente. Com o intuito de reduzir as práticas ortodoxas, os Ministérios da Tecnologia e o da Agricultura devem trabalhar em pesquisas tecnológicas que visam gastar menos recursos produzindo mais, como é o caso de plantações verticais e de hidropinas.