A estrutura atual do agronegócio do Brasil é uma herança deixada pela aristocracia rural da época do império, e por isso, baseia-se essencialmente na monocultura e na exploração de grandes latifúndios pertencentes à uma pequena minoria muito influente nas decisões do Estado. Assim, os custos sociais e ambientais desse modo de negócio são cada vez mais impactantes para a sociedade brasileira. O desmatamento contínuo do cerrado é uma das grandes consequências atuais da expansão da fronteira agrícola para o centro do país. O crescimento da pecuário, seguido da monocultura de soja e milho, têm demandado a devastação de grande diversidade do bioma nativo, seja para a abertura de áreas para pastagens ou de utilização de técnicas poucos sustentáveis utilizadas na cultura de um único tipo de produto. O documentário austro-brasileiro “Seu churrasco tem soja? ”, retrata alguns dilemas importante cometido pelos abusos dos grandes fazendeiros, através de depoimentos dos pequenos produtores rurais, acadêmicos e comunidade geral, demonstra como a fiscalização ineficiente quanto ao uso intolerável de agrotóxico tem colocado a saúde da população em risco, bem como, afetado a qualidade de vida da comunidade ao redor das fazendas. E segundo, como a ausência de mecanismos de proteção a vida nas áreas rurais possibilita a expulsão desses residentes de forma autoritária e violenta pelos grileiros. Contudo, os poderosos ruralistas possuem uma bancada tradicionalista sólida e poderosa no congresso nacional, capazes de fazer prevalecer, por meio de um sistema de favores, seus interesses, impedindo as instituições públicas de melhor gerir os bens nacionais e de defender os interesses do pequeno produtor rural. Logo, as práticas ruralistas brasileiras impõem um alto prejuízo para sociedade. Urge, para reverter esse quadro, o surgimento de políticas públicas de proteção ao meio ambiente, como por exemplo a ampliação da reserva de proteção ambiental nas propriedades. Outro passo relevante é a criação de ouvidoria públicas especializadas nas zonas rurais, bem como, a criação de relatórios que vise transparecer à situação sócio ambiental dos biomas nacionais. E por último, elaborar uma reforma política que minimize as distorções entre as decisões do congresso e a vontade do povo.