Título da redação:

A que custo?

Tema de redação: O avanço do agronegócio e os reflexos no meio ambiente

Redação enviada em 27/10/2017

Após a Segunda Guerra Mundial, países como os Estados Unidos e aqueles que compõem a União Européia começaram a implementar nos países periféricos um programa de desenvolvimento tecnológico no campo, a chamada Revolução Verde. Esta seria responsável pelo aumento da produção e da produtividade agrícola, acabando, consequentemente, com a miséria e a fome no mundo. No Brasil, essa revolução trouxe modernização ao campo e criou condições necessárias para a formação e para o avanço do agronegócio, que, atualmente, vem trazendo grandes impactos para o país, em especial, para o cerrado. Apesar de ser a base da economia brasileira, o agronegócio gera incontáveis impactos ambientais e sociais, haja visto que, ao ambiente, ele causa a formação de microclimas, variação localmente restrita do padrão climático geral. Fato comprovado, pelo relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, que prevê um aumento de 5,5 graus no cerrado, maior afetado, até 2100. Além disso, ele causa desmatamentos, que, no Cerrado, destroem espécies endêmicas e que podem acarretar na escassez de água no Brasil. Isso porque sem as plantas, o sistema radicular, que permite a penetração da água da chuva, não existe. De modo consequente, a água do subsolo, que abastece oito das 12 bacias hidrográficas no país, não consegue ser reposta, podendo secar. Quanto à sociedade, o agronegócio é responsável pela concentração fundiária e pelo “efeito dominó” do desemprego. Este, referindo-se a substituição, pelas máquinas, dos trabalhadores rurais, que, por sua vez, promovem o êxodo rural, resultando no “inchaço” urbano. Como reflexo disto, há um crescimento das ocupações de áreas impróprias, dos problemas de mobilidade, da violência e da crise de sistemas públicos, como o da saúde. Depreende-se, portanto, que o agronegócio tem repercussões negativas, que poderão se tornar irreversíveis. Sendo necessário que o Legislativo crie uma lei que obrigue latifúndios a terem uma reserva ecológica equivalente a 10% da propriedade, e crie um tributo para latifúndios, correspondendo a 15% do valor da propriedade, que será usado para ações mitigatórias no ambiente, feitas pelo IBAMA( Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), como, por exemplo, o replantio próximo às nascentes e nas margens do rio. Além do mais, o governo federal precisa expandir a reforma agrária e dar um auxílio financeiro de um ano ao trabalhador rural, diminuindo assim a evasão do campo.