Título da redação:

A incolumidade nas terras agricultáveis

Tema de redação: O avanço do agronegócio e os reflexos no meio ambiente

Redação enviada em 19/10/2016

A relação entre o agronegócio, o desmatamento e a desigualdade social apresenta uma faceta histórica ligada à ascensão do capitalismo. Com a premissa de que recursos naturais podem ser manejados indiscriminadamente por ações antrópicas, desenvolveu-se um comportamento obsoleto alicerçado na oneração de pequenos agricultores e do meio ambiente e no regozijo de grandes latifundiários, observados de forma incólume na sociedade do século XXI. Desde o fim da Guerra Fria, no século XX, o sistema capitalista proliferou-se baseado no lucro, causando um anseio alienante nas companhias de ascender economicamente. Por conseguinte, o agronegócio avançou mundialmente, almejando a produção intensa e explorando de forma inadequada o meio ambiente com práticas de desmatamento. A ascensão do agronegócio gera o uso exacerbado de recursos naturais, visto que não há manejo apropriado do solo, causando processos como a arenização, que ocorre graças à atividade pecuária. Ademais, regiões com alta biodiversidade são exploradas, provocando a extinção de diversas espécies de fauna e flora, além de empobrecer solos e rios com o uso intenso de agrotóxicos. O documentário “Uma verdade mais que inconveniente” explicita que há extensas áreas desflorestadas com plantio de soja e milho destinadas apenas à alimentação de gado, revelando que os principais algozes da exploração do meio ambiente são os grandes latifundiários. A desigualdade social advinda do agronegócio manifesta-se mediante o sistema de plantation utilizado em grandes propriedades, que visa a exploração laboral e o plantio de monoculturas, prejudicando tanto o labutador quanto o solo. Além disso, não há uma divisão justa de terras cultiváveis, onerando, assim, os pequenos agricultores e as cooperativas e beneficiando os grandes latifúndios monocultores. Deve-se, pois, fomentar uma conjuntura social com respeito, igualdade e parcimônia. Destarte, é essencial que o Poder Legislativo formule leis que beneficiem o meio ambiente, como punição a qualquer companhia que explorar vegetações protegidas nacionalmente, como o Cerrado, além de reformular tópicos arcaicos do Código Florestal Brasileiro. O Governo Federal deve, juntamente com o Ministério do Meio Ambiente, investir em ações que cobrem maiores impostos aos grandes latifúndios, além de fomentar ações de inclusão dos pequenos agricultores, como a concessão de terras e o financiamento de equipamentos. Por fim, o Terceiro Setor deve realizar campanhas e petições contra a exploração inadequada dos recursos naturais por meio das redes sociais, cessando, paulatinamente, a obsolescência do agronegócio atual.