O arcadismo preconizava, por meio de textos, uma vida simples, na qual o pastor aderia à expressão “fugere urbem” e passava a viver no campo em harmonia com a natureza. Na contemporaneidade, a vida dos brasileiros diferencia-se dessas poesias, pois o avanço do agronegócio conflita com a preservação do meio ambiente. Deve-se, portanto, analisar a melhoria nas técnicas de plantação e o prejuízo que elas acabam gerando à natureza para, a partir disso, propor alternativas que melhorem a realidade vigente. Pode-se notar, primeiramente, que o agronegócio beneficiou-se das inovações tecnológicas. Com o objetivo de contrariar as teorias de Malthus, cuja previsão apontava o crescimento da população em progressão geométrica e o de alimentos em aritmética, os cientistas desenvolveram técnicas que, atualmente, culminaram na transgenia de sementes, na correção do solo e na fertilização artificial, por exemplo. Por conseguinte, áreas antes inaptas ao desenvolvimento da agricultura, como o Cerrado brasileiro, tornaram-se atrativas para os grandes fazendeiros que transportam o agronegócio do sul para o norte, em direção ao arco sul do desmatamento, e lucram milhões por ano com a importação dos seus produtos. Embora as novas técnicas tenham beneficiado a agricultura, quando usadas de forma incorreta, acabam prejudicando o meio ambiente. O excesso de fertilizantes nas plantas ou a má utilização das máquinas de grande porte podem compactar o solo, dificultando sua reutilização, e contaminar os corpos hídricos, as pessoas que se alimentam dos produtos fertilizados e os animais que vivem perto dessas fazendas. Logo, o homem trata o meio com indiferença, algo que, sob a luz filosófica de Hans Alois, é a conivência com a destruição da humanidade e da natureza. Mudar essa realidade é difícil, todavia, possível com o auxílio da máquina pública e da população. Em síntese, a evolução tecnológica contribuiu para o avanço do agronegócio que, muitas vezes, acaba prejudicando o meio ambiente. Para melhorar esse quadro dramático, é preciso que o Ministério do Meio Ambiente, respaldando-se na Lei de Responsabilidade Social, determine termos de compromisso com as empresas de agricultura para que elas ensinem seus funcionários a utilizar corretamente as técnicas modernas. Ademais, o IBAMA pode aumentar suas ações fiscalizadoras em áreas de agronegócio com o intuito de multar os proprietários caso ocorra a contaminação do meio ambiente que norteia esses locais. Assim, a harmonia dos poemas árcades sairá do papel e se fará presente da realidade atual.