O aumento nos casos de ansiedade é uma preocupação recente dos órgãos brasileiros. Segundo o Instituto de Pesquisas e Orientação da Mente, cerca de 40% da população brasileira sofre desse mal e o país é destaque no número de casos. Dentre os fatores que alavancaram esse crescimento estão às evoluções tecnológicas e o despreparo popular para lidar como o acelerado fluxo de informações. Certamente, a revolução técnico-científica trouxe recursos essenciais para o crescimento econômico. Entretanto, segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, as sociedades urbanas enfrentam hoje a “modernidade líquida” em que a economia, as relações sociais, familiares e de trabalho estão em constante adaptação, o que acaba, assim, refletindo de maneira negativa no psicológico dos indivíduos. Dessa maneira, o medo constante de não se adaptar a demanda social potencializa a ansiedade, que, quando não tratada, evolui para casos de depressão e suicídio. Esse fato, quando somado ao crescimento urbano brasileiro, torna o Brasil uma potência emergente nesse fenômeno. Além disso, a relação precoce entre os jovens e as tecnologias é a principal causa de outros distúrbios de ansiedade, como, por exemplo, a fobia social, em que os indivíduos transtornados enfrentam o medo excessivo de socializar. Frequentemente vemos crianças em ambientes públicos vidradas nas telas de telefones celulares, evitando, assim, a interação com as demais crianças e o ambiente. Como consequência, jovens brasileiros estão limitados às experiências do mundo virtual e criando aversão e medo ao convívio social, algo essencial ao desenvolvimento pessoal. É evidente, portanto, que a sociedade brasileira deve, em conjunto, tomar providências para controlar as estatísticas. Primeiramente, o Ministério da educação, em conjunto com os governos municipais, deve tornar padrão a existência de psicólogos nas escolas públicas, visando diagnosticar e tratar os alunos com ansiedade excessiva. Além disso, os governos municipais devem investir na criação de centros psiquiátricos municipais, para atender de maneira gratuita e especializada os demais cidadãos. E, por fim, é dever da família controlar e educar os jovens ao uso consciente das tecnologias. Somente assim a sociedade brasileira será capaz de enfrentar a sociedade fluída e dinâmica de maneira saudável ao longo das gerações.