Presumir o ataque de um tigre-de-dentes-de-sabre cedeu lugar a conjecturas sobre a possibilidade de ser assolado por crises financeiras e pela violência urbana, ou a de não cumprir as próprias tarefas do dia-a-dia. Em suma, os graves sintomas que atingem o brasileiro do século XXI são os mesmos sentidos pelo ser humano na Pré-História: medo, taquicardia, falta de ar etc. Não é por acaso que uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde denuncia que a ansiedade atinge mais mulheres do que homens. Segundo estudo da Bar Ilan-University, as mulheres desempenham mais tarefas ao mesmo tempo, tanto domésticas e maternais quanto profissionais. Assim, elas são, em geral, mais sobrecarregadas e, por isso, tornam-se mais propícias a alimentar sentimentos de preocupação, estresse e angústia em relação ao futuro. Outrossim, segundo o economista Paul Collier, a pobreza é a principal causa de rebeliões em um território. Consoante a isso, constando o Brasil como décimo país mais desigual do mundo no Relatório de Desenvolvimento Humano, sua população, em geral, acaba por desenvolver quadros de ansiedade decorrentes de situações de assaltos, homicídios dolosos e outros tipos de violência nas grandes cidades, como a do Rio de Janeiro; ou da concentração de renda nas mãos dos grandes empresários, que tornam precárias as condições de trabalho dos proletários, levando-os a quadros de pânico. Em vista dos fatores elencados, intervenções são necessárias. O Poder Executivo Federal, na figura do Ministério da Educação, deverá instituir, por meio de uma reforma curricular, a obrigatoriedade da disciplina de Gênero, de maneira que mais mulheres das próximas gerações não comprometam sua saúde psíquica, devido à divisão desigual de tarefas domésticas e paternais ainda existente no espaço doméstico. Ademais, é imperioso que o Poder Legislativo crie e aprove um projeto de lei que institua a obrigatoriedade da contratação de, no mínimo, um psicólogo em médias empresas, isto é, aquelas com mais de cinquenta funcionários, segundo definição do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, de modo a minimizar a quantidade de casos de ansiedade entre a População Economicamente Ativa.