Mário de Andrade, autor modernista, na obra "Pauliceia Desvairada", apresenta a modernização e a urbanização intensa do estado de São Paulo. Ademais, no século XXI, a globalização e o capitalismo exercem forte influência na vida dos cidadãos e auxiliam, em muitos casos, o surgimento da ansiedade. Diante disso, a ansiedade pode se tornar uma patologia, seja pelo individualismo exacerbado ou pelo ritmo frenético da vida contemporânea. Em um primeiro plano, é indubitável afirmar que o extremo isolamento social gera esse tipo de inquietação. Nesse cenário, o célebre filósofo Zygmunt Bauman diz que o individualismo e a efemeridade das relações são os principais impasses da sociedade hodierna. A partir desse raciocínio, é possível verificar que a ansiedade passa a se tornar uma doença quando o indivíduo se isola socialmente, o que acarreta, por exemplo, dificuldades em falar em público e, consequentemente, prejuízos à vida pessoal e profissional. Desse modo, é imprescindível que pessoas ansiosas tenham acompanhamentos familiar e médico, para que possam superar gradativamente tal problemática. Além disso, o ritmo frenético da vida moderna, como outrora expôs a vanguarda europeia futurista, colabora com o agravamento do impasse. Com isso, o psiquiatra Augusto Cury, no livro "Ansiedade- como enfrentar o mal do século", elenca as consequências desse transtorno, tais como o pânico, a taquicardia e a depressão. Cientificamente, explica-se esses sintomas devido à liberação do hormônio do estresse, o cortisol, o qual ativa regiões do cérebro e causa problemas de saúde. Nesse sentido, a crescente modernização auxilia o crescimento de casos de ansiedade, uma vez que é comprovado pelo IPOM que 4 em cada 10 brasileiros sofrem com essa patologia atualmente. Fica evidente, pois, que o individualismo e a celeridade da vida cotidiana influencia o agravamento da ansiedade, a qual, se não tratada, torna-se uma doença. Faz-se necessária, portanto, uma ação sociogovernamental, em que o MEC desenvolva campanhas e palestras nas escolas com o fito de apresentar aos alunos as principais causas desse mal do século e cabe aos pais estimularem os filhos a se relacionarem no âmbito social, com o intuito de evitar o isolamento. Além do mais, compete à esfera executiva, com o Ministério da Saúde, criar centros de acompanhamentos psicológico e psiquiátrico em todos os municípios do Brasil, com o objetivo de ajudar os cidadãos a controlarem o emocional e a evitar que a ansiedade se torne uma patologia. Dessa forma, por mais que o mundo seja análogo a uma Pauliceia Desvairada, os cidadãos terão o direito à saúde assegurado.