Embora o século 21 seja marcado pelos avanços nas mais diversas áreas do conhecimento, que em teoria proporcionariam uma melhor qualidade de vida para a humanidade, nota-se um crescimento do número de indivíduos excessivamente ansiosos. Esse quadro afeta uma parcela significativa da população, cerca de 3,6% das pessoas do mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, essa parcela é proporcionalmente maior, chega aos 9%, o que denota um relevante problema a ser solucionado, porquanto afeta diretamente a qualidade da vida humana. O médico e escritor Augusto Cury defende, em muitos dos seus livros, que as distúrbios mentais experimentadas pelas pessoas se deve à grande quantidade de dados e atividades a que elas são submetidas hodiernamente. Seguindo essa lógica, uma breve análise histórica é suficiente para perceber a multiplicação das fontes de estresse ao longo dos anos. Destarte, as mudanças na dinâmica social juntamente com a falta de preparo para lidar com elas forjaram uma geração com grande predisposição para desenvolver doenças psiquiátricas, dentre elas a ansiedade. Outrossim, o cuidado com a preparação do psicológico para lidar com os desafios da vida moderna é negligenciado pela sociedade atual. Nesse sentido, a educação infantil, especialmente a pública, não traz, na grade curricular, qualquer tipo de previsão sobre a temática. Ademais, o tratamento de problemas desse gênero é dificultado pelo preconceito ainda bastante presente na mentalidade da maioria das pessoas. Sendo assim, muitas delas demoram a procurar terapias e isso acaba agravando a situação, como alerta uma reportagem exibida pelo programa Fantástico. Portanto, conforme o raciocínio de Immanuel Kant, segundo o qual “o homem não é nada além daquilo que a educação faz dele”, a solução do problema requer, do Poder Executivo Federal, por meio do Ministério da Educação, a inclusão da educação mental na grade curricular do sistema de ensino nacional, com o objetivo de formar mentes psicologicamente fortes e preparadas para enfrentar os desafios da realidade moderna. Além disso, é preciso promover campanhas, frutos da colaboração do já referido órgão com o Ministério da Saúde e realizadas por intermédio dos diversos meios midiáticos, especialmente a televisão e a internet, com o objetivo de desmistificar a impressão de que o tratamento psiquiátrico é direcionado somente para loucos, popularizando-o. Dessa forma, essas medidas garantirão uma psique mais saudável ás futuras gerações.