No livro “Capitães da Areia”, de Jorge Amado, há a retratação da vida de jovens brasileiros que, por necessidade, moram nas ruas e sobrevivem do crime. Não obstante desse cenário literário, a falta de oportunidades de ascensão social e uma estrutura familiar liquefeita aumenta a criminalidade juvenil no Brasil, consequentemente, os homicídios. A priori, é válido salientar que o a ausência de oportunidades no mercado de trabalho corrobora para a problemática. É incontestável que o capitalismo prega que o indivíduo é aquilo que possui e, dessa maneira, para adequar-se a sociedade, jovens podem seguir um caminho do crime, por acreditarem ser mais fácil. É necessário perceber, ainda, que cerca de 10 milhões de jovens, segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), integram o grupo do “nem-nem” que não trabalham e nem frequentam a escola, logo ficaram vulneráveis socialmente e poderão integrar organizações criminosas. Ademais, destaca-se o rompimento de investimentos efetuado pelo Governo em programas direcionados as crianças e adolescentes, que contribuem com o aumento da taxa de criminalidade. Isso porque, esses agentes quando se encontram fora das escolas, são atraídos pela ilusão de poder e ascensão social rápida. Sendo assim, a inserção na criminalidade torna-se mais prática e rápida, uma vez que não há criação de novos programas que aludem aos esportes, educação e trabalho. Diante disso, não há como evitar o crescimento da criminalidade, consequentemente, de homicídios, nessa faixa etária se não ocorre investimento e criação de programas advindos do Governo Por outro lado, a desestruturação familiar desencadeia as más condutas juvenis. De acordo com Talcott Parsons, a família é uma máquina que produz personalidades humanas e, dessa maneira, é indubitável que sua liquefação altere na formação do caráter. Nesse viés, ao observar a violência do ambiente familiar, é comum que a criança, quando crescer, reproduza essas ações em sociedade. Por conseguinte, é primordial que seja combatida o aumento da criminalidade entre os jovens. Portanto, faz-se necessário que o Ministério da Educação, em parceria com empresas privadas, crie projetos de capacitação em periferias, por meio de cursos técnicos e reforço escolar criando oportunidades para que tais jovens não sintam a necessidade de entrar para o mundo do crime. Outrossim, cabe as prefeituras incentivar a prática de esportes, por meio da criação de quadras esportivas a fim ocupar a juventude e impedir seu contato com o mundo do crime. Além do mais, é viável a criação de uma ouvidoria para o suporte de jovens que vivem em ambientes de extrema violência, oferecendo apoio psicológico, para que, no futuro, não se tornem reprodutores dessas agressões.